UNIFESP: publicidade é vilã da obesidade infantil

12/03/2007

As duas pesquisas feitas pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), citadas na matéria do Estadão (veja nota anterior), avaliaram o conteúdo das propagandas de alimentos veiculados na televisão brasileira e seu impacto nos hábitos alimentares. O resultado mostra que a publicidade induz alguns hábitos não saudáveis como o que leva as crianças a acreditar que bolachas recheadas são alimentos nutritivos.

No estudo realizado em 2004 pela equipe de Nutrologia, ligada ao Departamento de Pediatria da UNIFESP, foi constatado que a cada 10 minutos de publicidade veiculada, um minuto foi dedicado ao consumo de produtos alimentícios. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, apenas 30 segundos de propaganda já são suficientes para exercer forte influência sobre as crianças. No estudo brasileiro, dos 600 minutos gravados, 5 minutos e 3 segundos promoviam a venda de produtos alimentícios em horários de audiência infantil.

A outra pesquisa da UNIFESP, que investigou o efeito da publicidade nos hábitos alimentares das crianças, identificou que bolacha recheada e salgadinhos são sinônimos de refeição para as crianças. Os dois itens estiveram presentes em 50% das lancheiras dos pesquisados. Todos os alimentos anunciados na programação infantil foram consumidos no lanche escolar ou solicitados de alguma forma aos pais durante o período da pesquisa, realizada em 2003.

Por Karla Mendes