“Não somos a melhor metade, ou a pior. Definitivamente não somos a metade mais fraca. Não nos contentaremos com menos. Tudo o que queremos é a nossa metade. Nossa metade do espaço. Nossa metade dos ganhos. Nossa metade do que é dado. Nossa metade da força. Nossa metade da oportunidade de educação. Nossa metade do compartilhamento. Nossa metade das decisões, na tomada de decisões. Por um tempo longo demais foi negada às mulheres a metade que lhes cabia. Vamos nos unir para termos metades iguais.”
A campanha United by Half da United Colors of Benetton é um manifesto pela igualdade de direitos para as mulheres. Mostra que a luta não é para ter mais. É para ter igual. Veiculada globalmente no Dia Internacional da Mulher, a campanha estreou primeiro na Índia durante o Valentine’s Day, celebrado em fevereiro. Fez tanto sucesso – acumulando mais de 7,7 milhões de visualizações no YouTube em menos de um mês – que a marca decidiu espalhá-la como parte do Benetton Women Empowerment Program (Programa de Empoderamento Feminino Benetton).
No hotsite da campanha também inclui um compromisso virtual pela igualdade de gênero. De acordo com a empresa, homens e mulheres merecem uma metade exatamente igual da equação, quando se trata de suas carreiras, famílias e educação.
“Queremos conscientizar as pessoas do nosso programa de capacitação Benetton. Queremos ir além de uma campanha de conscientização social, queremos fazer um compromisso social “, explicou em nota à imprensa, Gianluca Pastore, diretor mundial de comunicações da United Colors of Benetton. No passado, Benetton é parceira de organizações como a ONU para criar ações destinados a acabar com a violência contra as mulheres. A criação é da Creativeland Asia.
Oposto = complementar
Segundo o Sebrae, a RME (Rede Mulher Empreendedora), a ABF (Associação Brasileira de Franchsing) e a Consultoria EY, mais de 70% das mulheres são empreendedoras, principalmente após ter filhos. Problema é conciliar trabalho e maternidade.
A RME fez um estudo mostrando que 79% das empreendedoras brasileiras são casadas, têm curso superior e filhos. 42% iniciaram seus negócios há menos de três anos, enquanto 39% já empreendem há mais de seis. Além disso, 55% delas não têm sócios e quando têm a divisão é igualitária, com parceria estabelecida com o marido, amigos ou outros familiares. Surpreende o fato de que 41% das empreendedoras brasileiras começaram seu empreendimento sem capital e 41% usaram a poupança, investimento próprio ou a rescisão do emprego. Sexo oposto não é o contrário, é o complementar.
O alto comissário de direitos humanos da ONU afirma que muitas conquistas registradas ao longo de décadas estão sob ataque. Zeid Al Hussein afirmou que o movimento feminista alcançou grandes mudanças, mas os avanços têm sido lentos e “extremamente desiguais”. Ele citou como exemplos a descriminalização da violência doméstica na Rússia e a resistência em países centro-americanos e caribenhos como El Salvador e República Dominicana à realização de direitos sexuais e reprodutivos.
No Burundi, uma lei sobre a violência contra mulheres culpa as vítimas das agressões por “conduta imoral ou vestimenta indecente”. Um outro exemplo de ataques aos direitos da mulher foi a lei adotada pelo Parlamento de Bangladesh, na semana passada, que aprova o casamento precoce. De acordo com a medida, meninas menores de 18 anos podem casar-se em “circunstâncias especiais”.