Um homem ferido, à semelhança de um zumbi, tenta abrir uma conta anônima em um banco banco e depois vai lavar a roupa numa lavanderia self-service. As duas imagens que remetem à lavagem de dinheiro é o mote do filme da campanha “Trillion Dollar Scandal” criado pela agência britânica Do Not Panic! e narrado pelo ator Collin Farrel para a ONE – uma instituição sem fins lucrativos voltada para o combate à extrema pobreza global. A campanha denuncia o desvio de um trilhão de dólares por ano de países emergentes e em desenvolvimento a cada ano por meio de atividades ilícitas e cobra providências para dificultar a lavagem de dinheiro pelo mercado financeiro.
De acordo com o relatório apresentado pela ONE, mais de 3,6 milhões de vidas poderiam ser salvas anualmente se esse dinheiro fosse investido nos setores de saúde, segurança, alimentação ou de infra-estrutura nesses países se essas atividades ilícitas acabassem. A ONE aproveitou a realização da Cúpula do G20 na Austrália, semana passada, quando os líderes dos 20 países mais poderosos do mundo se reuniram, para entregar uma petição pública que pede o fim do sigilo financeiro e medidas para dificultar a lavagem de dinheiro.
No Brasil, o órgão do Governo Federal responsável por combater a lavagem de dinheiro é o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), da Secretaria Nacional de Justiça (SNJ). De acordo com o site da Controladoria Geral da União, o DRCI tem como principal função a recuperação de ativos enviados ao exterior de forma ilícita e de produtos de atividades criminosas como a corrupção, desvio de verbas públicas e o tráfico de entorpecentes e de armas.
Segundo dados divulgados no site do Ministério da Justiça, nos últimos dez anos de atuação do DRCI, cerca de 35 milhões de reais desviados do Brasil por meio de corrupção e lavagem de dinheiro retornaram aos cofres públicos brasileiros. Em em 2013 foram recuperados mais de 16 milhões de reais.