Tem risco, sim!

03/03/2016

Ao contrário de que muita gente pensa, a maconha não é inofensiva. O alerta foi feito pelo psiquiatra e professor da USP, Valentim Gentil, durante o debate sobre a descriminalização da maconha promovido pela nova/sb em (02/3).  Pessoalmente a favor da descriminalização, ele aponta efeitos adversos associados ao uso da maconha: psicose, esquizofrenia e até a perda de 8 pontos no QI. “Minha recomendação seria, se tem menos de 21 ou mais 45 anos, não use maconha”, afirmou.

 

“Quem consome precocemente a maconha tem de 2 a 4 vezes mais risco de desenvolver esquizofrenia. O risco é maior se for adolescente, consumir diariamente e em concentrações maiores” – Dr. Valentim Gentil, psiquiatra e professor de Psiquiatria na USP

 

De acordo com o psiquiatra é preciso ainda fazer mais pesquisas para saber a extensão dos problemas de saúde que podem ser relacionados à maconha. Ele denuncia que nos debates sobre o tema, o conhecimento científico está sendo contraposto por informações falsas. “A maconha de hoje não é a maconha de dez anos atrás. As outras preparações de cannabis não existiam até um tempo atrás. Não existiam cigarros eletrônicos para você consumir com 90% de THC (o THC é um dos componentes da maconha, a gente explicou o que os componentes fazem ao cérebro neste post). A gente não sabe o que vai acontecer”, explica.  É que, como o álcool, a maconha pode ter nenhum ou muitos efeitos sobre o indivíduo. “Não sabemos ainda detectar quem pode ou não pode desenvolver algo como que não tem cura, como a esquizofrenia ou a psicose associado ao uso maconha”, explica. A probabilidade é estimada em 1 para cada 5 mil indivíduo e o risco é maior para começa cedo, antes dos 25 anos.

Dr. Valentim Gentil reforça que, ao contrário do que se pensa, a maconha não aumenta a criatividade: pesquisas recentes apontaram exatamente o oposto se tiver doses mais altas de THC. O mais preocupante é o efeito na evolução da personalidade dos jovens. “Tem um monte de evidências cientificas de disturbio de aprendizado, disturbio de aprendizagem e redução de 8 pontos no QI”, ressalta. O psiquiatra também alerta que grávidas até o 1º trimestre não devem usar maconha. “Não use álcool e nem dirija se consumiu a maconha”, reforça.

“Como é que você convence um jovem menos de 21 anos e maiores de 45 anos que não devem se expor ao THC. Essa é a guerra! A guerra não é da polícia. É por corações e mentes. E esta já guerra está perdida.”

Dr. Valentim relacionou uma coletânia de artigos médicos sobre pesquisas sérias sobre a maconha. Você pode ler todos os artigos aqui (em inglês, linguagem técnica).