Nos últimos dias, os indianos estão usando as redes sociais para debater os problemas que as mulheres e meninas enfrentam no país com a campanha Strength To Say No. Criada a partir de uma parceria entre a Penguin Random House e a ONG Better India, a campanha convida homens e mulheres a tirarem fotos segurando cartazes com a hashtag #StrengthToSayNo, explicando a importância de se dizer não para as dificuldades e injustiças enfrentadas pelas indianas.
A campanha #StrengthToSayNo foi inspirada na história de Rekha Kalindi, uma indiana que tornou sua história pública ao se recusar a se casar aos 11 anos com um homem mais velho. Ao permanecer firme em sua decisão, mesmo sob ameaça de morte por desonra à família, que se voltou contra ela, Rekha tornou-se uma inspiração para outras meninas que também disseram não ao casamento infantil.
Apesar de, inicialmente, a campanha ter sido voltada para a questão do casamento infantil, ela rapidamente se popularizou e a hashtag começou a ser usada para abordar outras questões, como a segurança das mulheres e o preconceito. “Força para dizer não. Porque 1/5 das noivas indianas são crianças” e “Força para dizer não. Porque essa é a minha vida“, são algumas das frases destaques da campanha.
De acordo com especialistas, a Índia está entre os países que mais desvalorizam a mulher, seja em questões ligadas á saúde, liberdade, violência, participação política e oportunidades no mercado de trabalho. Além disso, está no topo do ranking dos países com o maior número de casamentos envolvendo crianças. Índia lidera a lista dos países com o maior número de noivas-crianças , que são mais propensos a sofrer agressões ou risco de vida. Gulshun Rehman, consultora do programa de saúde desenvolvimento da ONG Save The Children, alerta para a realidade das mulheres e das meninas indianas: “Na Índia, as mulheres e meninas continuam a ser vendidos como bens materiais, a serem forçadas a se casar e ainda jovens, a serem queimadas vivas como resultado de disputas relacionadas ao dote e exploradas e abusadas como mão de obra escrava doméstica “