A imagem para o Facebook é um convite para o casamento de uma criança de 12 anos com um homem 25 anos mais velho. Não é de se espantar que ocorresse uma revolta dos usuários convidados para participar desse evento. O que muitos não sabiam é que esse “casamento” na verdade se trata de uma Campanha Internacional chamada #stoppbryllupet, que denuncia o casamento forçado de meninas em muitos países.
Para dar mais veracidade ao casamento falso, além do convite no facebook, foi criado um blog onde a “noivinha” norueguesa chamada Thea compartilha seus medos quanto ao futuro e a preparação da cerimônia, como a escolha da igreja e do bolo. Além disso, é possível conhecer histórias verídicas de meninas que foram obrigadas a se casarem tão jovens.
Aa páginas se tornaram virais, criando uma onda de indignação e debates a respeito do assunto na Noruega, a ponto de milhares de pessoas registrarem denúncias para impedirem o casamento que achavam ser verdadeiro.
A campanha foi idealizada pela Organização Global “Plano Noruega”- envolvida no trabalho de desenvolvimento de crianças – e pretende transformar o suposto casamento, que será representado no dia 11 de outubro em uma igreja na cidade de Oslo, em um verdadeiro protesto. Quem quiser aderir à campanha pode comparecer ao evento e também assinar uma petição para impedir que mais casamentos infantis ocorram.
Se na Noruega a prática de casamentos infantis forçados não é comum, em países como Nigéria e Bangladesh 75% e 66% dos casamentos envolvem meninas, respectivamente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 700 milhões de mulheres no mundo se casaram ainda quando eram crianças. Até 2020, mais de 140 milhões de meninas irão se casar, sendo 50 milhões menores de 15 anos.
1º Girls Summit – Reino Unido
O no dia 22 de julho de 2014 no Reino Unido, a UNICEF organizou a primeira Girls Summit (Cúpula das Meninas) para buscar apoio mundial e acabar com os casamentos forçados e com as mutilações de clitóris, que atingem meninas em 29 países do Oriente Médio e da África principalmente. O evento reuniou governos, organizações internacionais, o setor privado e as meninas e mulheres vítimas desses atos.
Um dos assuntos abordados foi as consequências sofridas por elas quando submetidas a essas práticas, como abandono dos estudos e a gravidez precoce que pode afetar suas saúdes e vida.
“As meninas não são propriedade de ninguém, têm direito de escolher seu destino. Quando isso é feito, todos são beneficiados”, declarou o diretor-geral da Unicef, Anthony Lake. Para mais informações a respeito do evento, acesse girlsummit2014.org.