Um dos maiores problemas para as mulheres que enfrentam a violência, sobretudo a doméstica, é denunciar as agressões sem correr mais riscos.A tecnologia, muitas vezes, amplia o alcance dos abusadores. As vítimas de violência doméstica podem ter cada movimento monitorado como contas de email, redes sociais, histórico do navegador e até o GPS do telefone. Na Nova Zelândia, a iniciativa The Shilded Site Project promete uma blindagem virtual para as denúncias. A criação é da Saatchi&Saatchi.
Por meio de um iframe expansível, de qualquer site as vítimas podem acessar o portal do Women’s Refuge, um serviço de apoio à mulheres, e procurar ajuda para se desvencilhar de uma situação perigosa, aprender como se manter seguro online e denunciar as agressões. O site não aparece no histórico do navegador nem deixa rastros. Além disso, dá dicas preciosas para evitar que abusadores monitorem sua vida online. A iniciativa tem a parceria de algumas empresas australianas como The Warehouse, Comission for Financial Capability, ASB Bank, Z Energy e Sorted e foi lançada este mês. O período das festas de final de ano e férias escolares é o que mais apresenta ocorrência de violência contra mulheres na Austrália.
Indicadores
De acordo com a Women’s Refuge, 64% das mulheres que procuram a sua ajuda sofrem de abuso psicológico. Os outros tipos de violência (isolados ou combinados): 49% também sofrem violência física, 23% abuso financeiro, 21% assédio e perseguição, 12% abuso sexual e 11% abuso relata ter havido armas envolvidas no ataque.
Em 24 % dos casos, uma criança presenciou ou ouviu o abuso acontecendo. Um em cada três (35,4 %) mulheres da Nova Zelândia relatam ter sofrido alguma experiência de violência física ou sexual em suas vidas. Quando você adiciona abuso psicológico ou emocional, esse número salta para 55%.