Um dos maiores vilões da saúde, o cigarro continua dando prejuízo aos brasileiros. De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer José de Alencar), o custo anual é de R$ 56,9 bilhões com o tabagismo, onde R$ 39,4 bilhões são gastos com despesas médicas e R$ 17,5 bilhões com custos indiretos ligados à perda de produtividade. A arrecadação de impostos com a venda de cigarros no país é de R$ 12,9 bilhões, o que gera saldo negativo de R$ 44 bilhões por ano.
Apesar disso, no Supremo Tribunal Federal (STF), está parado o processo que pode ajudar a prevenir mais mortes e evitar que os consumidores mais jovens comecem a fumar: a proibição de aromatizantes e compostos químicos que mascaram o real sabor do tabaco para tornar cigarros e cigarrilhas mais saborosos (leia mais aqui). O julgamento da proibição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se arrasta desde 2012 e deveria ter entrado em pauta na semana passada mas foi novamente adiado.
Sabor que mata
Usando as redes sociais e a mídia, a iniciativa Sabor Que Mata, mantido por organizações do Brasil, Chile, Bolívia, Peru e Argentina, denuncia a estratégia da indústria do cigarro. Os cigarros com sabores atraem crianças e favorecem a iniciação ao tabagismo. As vendas dos cigarros com sabores como cereja, mentol e menta exótica estão aumentando na América Latina.
De acordo com a iniciativa, uma pesquisa realizada pela Universidade Johns Hopkins analisou a venda de cigarros saborizados em pontos de venda próximos a escolas na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile e Peru. Os resultados confirmam que a indústria do tabaco expõe cigarros de sabores variados e publicidade destes produtos com o objetivo de atrair os jovens ao consumo.
No vídeo acima o depoimento de Verónica Hughes, médica, filha do escritor uruguaio Eduardo Galeano, começou a fumar cigarros mentolados quando era adolescente. Morreu em fevereiro de 2017 de câncer de pulmão provocado pelo tabagismo.