Os cigarros, cigarrilhas, fumo para cachimbo, charutos e outros produtos derivados de tabaco não poderão ter mais aditivos que alterem seu sabor ou aroma. Além disso, está proibido o uso de palavras como “light”, “suave”, “baixo teor”, “soft”, “leve” ou qualquer expressão que tragam uma percepção equivocada quanto aos teores contidos em todos os produtos fumígenos – esta medida já estava em vigor desde 2001 mas apenas para os cigarros. As novas regras foram aprovadas no dia 13 de março depois de mais de um ano de debates. Os fabricantes terão 18 meses para se adequar no caso dos cigarros e 24 meses para os demais produtos derivados do tabaco.
De acordo com a Anvisa também estão proibidas as substâncias como ácido levulínico, teobromina, gama–valerolactona e amônia apontadas em estudos científicos como pontencializadores do poder da nicotina fazendo com que os cigarros viciem mais. Estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz feito com mais 17 mil estudantes em 13 capitais do Brasil, entre 2005 e 2009, aponta que 30,4%dos meninos e 36,5% das meninas entrevistadas informaram que já haviam experimentado cigarro alguma vez na vida. Desse grupo, 58,2% dos meninos e 52,9% das meninas informaram que preferem cigarro com sabor. A pesquisa também mostra que o sabor é importante para 33,1% dos entrevistados. Dados do Instituto Nacional do Cancer (Inca) apontam que 45% dos fumantes de 13 a 15 anos consomem cigarros com sabor. Cerca de 600 aditivos são utilizados na fabricação de cigarros e de outros produtos derivados do tabaco. O cigarro contém, em média, 10% da massa composta por aditivos. Entre 2007 e 2010, o número de marcas de cigarros com sabor, cadastradas na Anvisa, cresceu de 21 para 40.
Outra pesquisa, realizada pelo Instituto DataFolha em 2011, apontou que 75% dos entrevistados concordaram com a proibição de aditivos para diminuir a atratividade de produtos para fumar. No Brasil, o tabagismo é responsável pela morte de 200 mil pessoas todos os anos. Atualmente, existem cerca de 25 milhões de fumantes e 26 milhões de ex-fumantes em nosso país. A prevalência de fumantes é de 17,2% da população de 15 anos ou mais. Com informações da Anvisa.
As imagens utilizadas para ilustrar a nota são da ONG Tobacco News.
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