Na Dinamarca, 122 mil crianças crescem com pais que bebem demais. O abuso de álcool causa nelas decepção, vergonha, lágrimas, raiva e promessas quebradas. Para alertar os adultos sobre o problema, o governo lançou uma campanha que mostra as crianças em uma espécie de AAA. Uma a uma – como acontece nas reuniões dos adultos – elas dizem a frase de aceitação: “eu tenho um problema”. Só que, neste caso, elas são vítimas impotentes de um problema que elas não podem resolver.
É que, ao contrário do senso comum, nem sempre ter um problema com bebidas significa ser alcoólatra. O álcool também é um problema se você ficar doente por causa do seu consumo ou se as pessoas ao seu redor estão incomodadas por beber. O Conselho Nacional da Saúde da Dinamarca afirma que 140.000 dinamarqueses dependem do álcool, 585.000 têm um consumo nocivo de álcool e 860.000 são grandes consumidores de álcool.
Além da campanha para internet e TV, o site daONG da Alcohol and Society traz um teste para que o adulto cheque se o seu consumo semanal é problemático ou moderado. Tem também dicas e suporte de especialistas que garantem o anonimato. A criação é da agência Hjaltelin Stahl.
Consumo de álcool no Brasil
A OMS divulgou dados apontando para um incremento de 43,5% no consumo de álcool no Brasil, no transcurso da última década. A taxa anual per capita elevou-se de 6,2 para 8,9 litros de álcool puro, fazendo o Brasil ocupar a posição de número 49 entre os 193 países avaliados – a média mundial é de 6,4 litros ao ano por habitante. Os estudos realizados indicam que 5,9% de todas as mortes no mundo estejam relacionadas ao consumo de álcool e também que, na população com idades entre 20 e 39 anos, esse percentual sobe para 25%.
Consequências a curto prazo
Comportamento desadequado;
Humor instável;
Falta de discernimento;
Fala arrastada;
Défice de atenção;
Problemas de memória, incluindo-se “apagões” de memória
Falta de coordenação;
Consequências a médio e longo prazo
Problemas físicos:
Gastrointestinais: úlcera, varizes esofágicas, gastrite, gordura no fígado (esteatose hepática), hepatite, pancreatite, cirrose;
Neuromusculares: cãibras, perda de força muscular, dormência, distúrbios de coordenação;
Cardiovasculares: hipertensão, arritmias, aumento do risco de acidente vascular isquémico;
Sexuais: redução da libido, ejaculação precoce, disfunção erétil, infertilidade.
Transtornos mentais:
Depressão
Abstinência
Demência
Psicose