A Organização das Nações Unidas (ONU) aproveitou a Assembléia Geral em Nova York, que reuniu na semana passada chefes de Estado do mundo todo, para alertar sobre o grave problema que afeta 1 bilhão de pessoas: a falta de banheiros ou instalações sanitárias. Para isso, usou os papéis higiênicos de suas instalações lembrando que a defecção ao ar livre é responsável por inúmeros problemas de saúde, poluição e mortes.
A Campanha Open Defecation, que tem a participação da UNICEF, trocou os papéis higiênicos comuns por rolos com que traziam o alerta : “um bilhão de pessoas no mundo não têm nenhum acesso a um banheiro, tendo que defecar a céu aberto. Vamos quebrar o silêncio e acabar com a #opendefecation (defecção ao ar livre) .” Outra mensagem do rolo dizia: “uma criança morre a cada 2,5 minutos de doenças diarreias propagadas por falta de acesso a um banheiro limpo, com higiene adequada e água potável. A hora de agir é agora.”
A ONU quer vencer a defecção ao ar livre, que custa US$ 600 bilhões às nações mais pobres em ações de saúde, até 2025. Por isso, o site da campanha quer engajar as pessoas de um jeito diferente: as contribuições são em tempo. A cada informação lida, que corresponde a movimento na barra de scroll, é contabilizado. A ideia é que a mobilização virtual pressione os governos a enfrentar o problema (e o tabu). A meta é atingir 1 milhão de horas – até agora foram contabilizadas cerca de 490 horas.
Ações voltadas para as crianças
No meio deste ano, a UNICEF lançou campanhas com vídeos para incentivar as crianças de Bangladesh, Nigéria e Índia a utilizarem as instalações sanitárias adequadamente. Em uma deles a personagem Raya, muppet da série Vila Sésamo, pede por mais banheiros nas escolas e lembra as crianças de usarem sapatos e lavarem as mãos ao irem ao banheiro.
A outra campanha, intitulada “Take the poo to the loo” (leia aqui o post que fizemos sobre esta ação), pretende convencer os indianos, principalmente crianças, a se livrarem do hábito de defecar em áreas públicas.”Acabar com a defecação ao ar livre é um direito humano e uma questão de equidade”, disse Nicholas Alipui, Fundo da Criança das Nações Unidas (UNICEF). É previsto que com o fim da defecação ao ar livre, a incidentaria de mortes de crianças por diarreia reduza em até 36%. A tendência é que a campanha continue no próximo ano.