Criada para a Organização Mundial da Saúde (OMS) pela agência nova/sb, a campanha global do Dia Mundial Sem Tabaco (World No Tobacco Day 2016) reforça que mudar as embalagens de cigarro significa salvar vidas. A estratégia é convencer os países a padronizar as embalagens de cigarros e de outros derivados do tabaco, restringindo ou proibindo o uso de logotipos, cores, imagens ou qualquer tipo de promoção. As embalagens de cigarro mostrariam apenas os nomes da companhia fabricante e da marca nas mesmas cores e tipos de letra.
Os materiais foram desenvolvidos para explicar ponto a ponto como a embalagem padrão funciona e seus respectivos benefícios. Por isso, a criação traz uma embalagem desconstruída, que mostra isso de forma bastante didática. As peças usaram a embalagem adotada pela Austrália, com três variações que mostram os riscos do tabaco para gestação e desenvolvimento do feto, gangrena e cegueira.
A campanha foi desenvolvida para os 6 idiomas oficiais da ONU: Inglês, Francês, Espanhol, Chinês, Russo e Árabe. Também foi desenvolvido poster, folder para evento, banners de web, posts de facebook, material promocinal, banners impressos, além de um vídeo de 45 segundos que será veiculado em canais com os quais a OMS está trabalhando parcerias pelo mundo.
O design das embalagens é uma das estratégias da indústria de cigarro para cativar os consumidores, especialmente os mais jovens – a gente até já postou uma campanha sobre isso (veja aqui). O Brasil foi um dos primeiros países a adotar a embalagens que destaquem informações de saúde. A Austrália, conseguiu adotar restrições ainda mais duras, após uma longa batalha judicial (confira aqui). A França já aderiu. E os EUA tentam fazer o mesmo desde 2012. De acordo com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, os cigarros e derivados do tabaco matam 6 milhões de pessoas por ano, a maioria vive em países de média e baixa rendas.
A agência nova/sb é a única empresa brasileira a trabalhar com a publicidade da OMS. Ela foi responsável pelas cinco campanhas de doação de sangue da Organização, entre 2011 e 2015. Mas foi antes disso, em 2008, que a agência trabalhou pela primeira vez com o tema Consumo de Tabaco. Em 2010, ela voltou a desenvolver campanha para esse tema, onde as peças dos dois anos procuravam impactar, sobretudo, jovens e mulheres.
Controle do Tabaco
A assessora regional para Vigilância, Prevenção e Controle das Doenças Não Transmissíveis da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, Roberta Caixeta, falou à Rádio ONU sobre as embalagens. “A gente costuma descrever também embalagem padronizada como uma embalagem em preto e branco ou em outras duas cores que fossem contrastantes. Deveriam ser definidas pelas autoridades nacionais. O objetivo dessa medida é reduzir a criatividade dos produtos de tabaco, eliminar esse efeito das embalagens como uma forma de publicidade, promoção e patrocínio, abordar uma técnica diferente de apresentar a embalagem, que pode sugerir que alguns produtos são menos prejudiciais do que outros e, na verdade, aumentar a efetividade sanitária”, disse.
Já Ban Ki-moon, afirmou que das quase 6 milhões de mortes causadas pelo cigarro e derivados do tabaco, mais de 5 milhões são resultado do uso direto desses produtos e cerca de 600 mil são de não fumantes expostos à fumaça de cigarro. Além disso, quase 80% dos quase 1 bilhão de fumantes no mundo, vivem em países de baixa e média rendas. Ele lembrou que o uso de produtos derivados do tabaco representam a maior causa de doenças crônicas, incluindo câncer, e problemas do coração e nos pulmões.
Agenda 2030
O secretário-geral da ONU declarou que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3, da Agenda 2030, tem como meta “assegurar vidas saudáveis e promover o bem-estar de todas as idades”. Como parte desta iniciativa, o chefe da ONU disse que os governo se comprometeram a fortalecer a implementação da Convenção sobre o Controle do Tabaco em todos os países para reduzir o número de fumantes.
Com informações de Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
