Nem tão inocente, nem tão culpada. A maconha mexe com as emoções bem além dos debates sobre sua legalização. Um novo estudo, publicado esta semana no PloS One Journal, detectou em usuários de cannabis alterações na capacidade de reconhecer, processar e na empatia com as emoções humanas, incluindo a felicidade, tristeza e raiva.
Como foi feito o estudo
Durante dois anos, a equipe da Dra Lucy Troup realizou experimentos usando um eletroencefalograma (EEG) para medir as atividades cerebrais de 70 voluntários, de três grupos distintos – usuários crônicos, usuários moderados e não usuários. Os testes monitoraram as respostas a seis expressões distintas: neutras, felizes, medo, nojo, surpresa e raiva.
Raiva e alegria
Os consumidores de cannabis tiveram mais dificuldades em reconhecer emoções positivas como a alegria e mais facilidade com as expressões de emoções negativas, como raiva e medo. Os cientistas alertam que a pesquisa revelou também que mesmo usuários que utilizam a substância com maior frequência conseguiram identificar precisamente as emoções quando o teste incluiu um estímulo à concentração. A equipe da Dra. Lucy está pesquisando também a relação entre a droga e a depressão.
Outros estudos
Na semana passada, um outro estudo da Escola de Medicina de Harvard, publicado no The Journal of Neuroscience apontou que usuários esporádicos registravam alterações no cérebro. Exames de ressonância magnética mostraram que o núcleo accumbens, região do cérebro ligada ao sistema de recompensa e motivação, era maior e com formato e estrutura alterados em jovens que usavam a droga pelo menos uma vez por semana, comparados aos que não usavam.