Quando a demora pode ser fatal

27/04/2015

ampulheta 1

O tempo é um fator extremamente importante na busca por uma criança desaparecida.  Demorar a denunciar pode ser fatal. Essa é a mensagem  da ação realizada pela a agência russa Twiga para a a ONG LizaAlert.   Assim como os russos, muitas pessoas só registram o desaparecimento de uma pessoa após três dias. Mas na verdade as primeiras 48 horas são as mais importantes.

Para demonstrar como a demora pode afetar na sobrevivência da criança, a agência instalou uma ampulheta gigante da no centro de Moscou com uma boneca realista dentro – representando a criança. Conforme as horas passavam, a areia na parte de cima da ampulheta caia sobre a “criança”. Em três dias, 50% do corpo já estavam cobertos, mostrando que as pessoas só começam a agir na busca quando as chances de realmente ajudar já caíram para 50%.

O impacto causado pela cena da ação resultou na geração de mídia espontânea atingindo mais de 27 milhões de pessoas. Com a campanha e a ajuda de mapas interativos que marcam os locais atuais de procura de pessoas desaparecidas, o número de ligações imediatas aumentou em 50%, o que praticamente dobrou o número de pessoas achadas ainda com vida. Além disso,  parlamento russo começou a estudar um projeto de lei para permitir iniciar uma busca ativa dentro de três horas depois que uma pessoa foi declarada desaparecida

midia

A entidade LizaAlert foi criada a partir da história de Liza Fomkina, uma garotinha russa que com apenas 10 anos se perdeu em uma floresta e que, devido ao inicio de busca tardio, foi encontrada já sem vida após 10 dias. Porém, um fato triste mostrou que se a mobilização pela sua busca tivesse ocorrido antes Liza poderia estar viva: Liza morreu de hipotermia após nove dias desaparecida, um dia antes de ser achada por voluntários e pela população local.

Após perceberem que os esforços oficiais de resgate de Liza foram mal organizados e insuficientes, voluntários se mobilizaram para criar a rede online LizaAlert. A ONG tem a missão de organizar a base de voluntários, desenvolver uma infraestrutura de especialistas em buscas, informar os meios de comunicação sobre os ocorridos e fornecer uma ajuda melhor preparada.

No caso de Liza a reação da polícia foi marcante. Por dois dias eles não a procuraram devido as comemoração do Dia da Cidade. “Quando começaram, a busca foi conduzida por apenas 2 ou 3 pessoas que apenas perguntavam à população se alguém havia visto a garota. Foi uma enganação”, explicou  Grigoriy Sergeev, um dos fundadores da rede.

A rede online já é composta por 1.300 membros e fornece informações sobre os recentes casos de crianças desaparecidas que precisam ser procurado imediatamente. Além disse, a LizaAlert possui membros mais ativos envolvidos em atividades de busca em uma base semanal amparados por de cães farejadores, SUV’s 4×4, motociclistas, aeronaves e barcos. Em apenas quarto anos, a LizaAlert já encontrou dezenas de crianças

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