O preço da exclusão
Narrado pelo ator Zacary Quinto (Heroes, Star Trek), o vídeo da campanha Livres & Iguais, da Agência das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) mostra os efeitos da homofobia. Não fere apenas as pessoas vítimas de discriminação: custam caro para toda a sociedade e implicam em atraso econômico. Pelo menos 76 países ainda têm leis que criminalizam relações privadas e consensuais entre pessoas do mesmo sexo – em pelo menos cinco, o “crime” pode levar à pena de morte.
De acordo com a ONU, as taxas de pobreza, falta de moradia, depressão e suicídio são mais elevadas entre pessoas lésbicas, gays, bissexuais e trans do que na população geral. Cerca de 2/3 das crianças e adolescentes que não estão no padrão heterossexual sofrem bullying. O que leva 1 em cada 3 a abandonar a escola. E boa parte é expulso de casa pela própria família. Nos EUA, 40% da população de rua são de jovens que se identificam como LGBT.
Gays e lésbicas são 4 vezes mais propensos a cometer suicídio. Jovens trans são dez vezes mais. – ONU.
Mas não é somente as pessoas LGBT que pagam o preço. Toda a sociedade arca com este custo. Um estudo feito em 39 países revela que aqueles que tratam pior essa população têm desempenho econômico pior. Toda criança LGBT expulsa de casa e forçada a perder a educação é uma perda para a sociedade inteira. Todo trabalhador LGBT a quem é negado os seus direitos é uma perda de oportunidade de construir uma economia mais justa e mais produtiva.
O mapa interativo da campanha mostra a evolução da criminalização da sexualidade de 1790 a 2015. A gente trouxe duas imagens para mostrar que ainda é preciso avançar.
Infelizmente, apesar do Brasil ter descriminalizado as relações entre pessoas do mesmo sexo ainda no século XIX, a sociedade brasileira não conseguiu vencer preconceito que fere e mata. De acordo com os dados do 2º Relatório Sobre Violência Homofóbica de 2012, publicado pela Secretaria dos Direitos Humanos, somente em 2012 foram quase 10 mil (9.982) denúncias de violações de direitos humanos relacionadas à população LGBT registradas pelo governo federal. Em 2011 esse número não chegou a sete mil (6.809), o que demonstra um aumento preocupante da violência homofóbica no país.
No Brasil, O ACUNDH se juntou a outros departamentos da ONU como PNUD, Unicef e UNAids para uma série de ações e programas de acolhimento às pessoas LGBTs. A embaixadora oficial é a cantora Daniela Mercury. Veja lista completa aqui.