Vingadores, guerreiros, heróis, anjos, personagens de filmes, quadrinhos ou videogames viram justiceiros no Orkut. São pessoas que criam identidades fictícias na rede de relacionamento virtual que faz mais sucesso Brasil, para denunciar e tentar tirar do Orkut pedófilos, pessoas que fazem apologia de crimes (drogas, maus tratos a animais, prostituição, pornografia, intolerância religiosa, racismo) e comunidades difamatórias ou que promovem crimes.
Esses personagens – na gíria do Orkut, fakes – participam de fórum de discussão alojados em comunidades virtuais dentro da própria rede de relacionamento. Lá têm hierarquia (coronéis, almirantes, generais) e repassam as denúncias aos órgãos competentes como o Ministério Público, o próprio Orkut e a Polícia. Também ‘perturbam’ os donos de perfis criminosos para que se deletem da rede usando a página de recados do próprio criminoso (na gíria do Orkut isso chama-se floodar). Alguns softwares facilitam o trabalho desses justiceiros e podem chatear bastante: o sujeito pode receber milhares de recados em questão de minutos.
Os justiceiros já conseguiram tirar do Orkut comunidades como “Citotec Aborto Seguro”, “Eu Odeio os Evangélicos”, “Mulekes Que Kurtem Mulekes-SP” e perfis de pedófilos ou de prostituição como “Sexy Boy”, “Ninfetinha Safadinha”, entre outros. Todos foram denunciados também ao Ministério Público.
Por Karla Mendes