Airbnb surpreende com anúncio de hospedagem na cadeia

06/08/2015

Captura de Tela 2015-08-06 às 14.32.43

Quem tem o costume de procurar hospedagens no site Airbnb – plataforma de busca e oferta de acomodações temporárias – pode se surpreender ao se deparar com a oferta do “lugar onde você nunca vai querer se hospedar” na Costa Rica.

O anúncio da hospedagem explica. “Oferecemos um espaço simples e isolado  para seus hóspedes, com vigilancia 24 horas e guarda particular  que não  tiram o olho do hóspede nem por um segundo. Há uma superpopulação de 65% devido ao alto número de pessoas que se hospedam aqui. Além disso, os hóspedes não podem repetir a refeição, os banheiros e os sabonetes são compartilhados e sem água quente“.

Os primeiros comentários na página do anúncio também surpreendem.  “As instalações estão em condições deploráveis. Eu tive que dormir no chão durante as duas primeiras noites. Não há espaço e o hóspede ao lado não para de chorar durante a noite toda”, diz um “hóspede”.

Captura de Tela 2015-08-06 às 14.31.54

A oferta inusitada é uma “vaga” na carceragem da  prisão popular mais conhecida do país e faz parte da campanha digital #Jailbnb da fundação Rehab e o Airbnb  contra  o turismo sexual. A ação, criada pela agência Leo Burnett para o Dia Mundial Contra o Tráfico de Pessoas (30 de julho), destaca a dura realidade das pessoas que cumprem pena e mostra que os turistas que planejam viajar para a Costa Rica a procura de menores de idade para fins sexuais  podem ter a prisão como seu alojamento permanente.

A Costa Rica é conhecida como um destino muito procurado para o turismo sexual e, nos últimos anos, o número de menores envolvidas nesta prática vem aumentando.  O site da campanha destaca que diferentes relatórios sobre Tráfico de Pessoas feitos pelo Escritório  de Monitoramento e Combate ao Tráfico Humano do Departamento dos Estados Unidos apontam a Costa Rica como um país de origem, trânsito e destino de menores de idade vítimas de exploração sexual. A unidade de tráfico de pessoas da Organização de Investigação Judicial registrou no país, de janeiro de 2010 à  julho de 2013, um total de 80 casos e 154 vítimas do tráfico de pessoas, sendo 55% referentes ao tráfico sexual.