Perfis falsos no Tinder alertam sobre a Aids.

26/02/2015

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Como todos os anos, a AIDS é um tema recorrente na época do Carnaval. Após anunciar que, na última década, o número de infectados pelos vírus HIV aumentou em 33% entre jovens entre 15 e 24 anos, o Ministério da Saúde decidiu inovar em 2015 e usar o aplicativo de paquera Tinder para lançar sua nova campanha de conscientização. Mas parece que os executivos do aplicativo não ficaram muito felizes.

Para  atingir aqueles usuários que usam o aplicativo que estão principalmente à procura de sexo casual, a ação criou cinco perfis falsos de homens e mulheres supostamente à procura de relações sexuais sem compromisso e sem camisinha. “Está à procura de um homem ou mulher para um sexo sem compromisso e, de preferência, sem camisinha?”,  era a descrição em um dos perfis, atraindo diversos interessados esperando por um match (termo utilizado pelo aplicativo quando o interesse é mútuo e pode acabar em um encontro real).

No momento que o interessado interage e curte o perfil do fake é surpreendido por uma mensagem que avisa sobre os riscos do sexo desprotegido. “Atenção. É difícil saber quem é ou não portador de HIV. Curta. Mas se cuide. Essa é uma campanha do Ministério da Saúde”.

Segundo o site da Agência Brasil, o ministro da Saúde Arthur Chioro  explicou que a campanha faz parte de um conjunto de estratégias adotadas pelos ministérios para combater o avanço da epidemia da AIDS, que também inclui a realização de testes rápidos e tratamentos imediatos. É importante lembrar que a infecção pode ser contida ao iniciar um tratamento com antirretrovirais imediatamente após a transmissão do vírus.

Ministério vs Tinder

Apesar de tratar-se de uma ação de interesse público e da intenção do governo em estender a campanha para além do carnaval, os planos do Ministério foram frustrados pelos executivos do Tinder. Rosette Pambakian, vice-presidente de comunicação corporativa da rede social informou usou o seu perfil no Twitter  para avisar que o Ministério da Saúde violaram os termos de serviço do Tinder e os perfis falsos seriam removidos. A campanha ficou no ar apenas entre os dias 23 de janeiro e 1º de fevereiro. O Ministério da Saúde alega que a campanha não é um anúncio publicitário nem tem fins comerciais.

proibição 

Essa não foi a primeira campanha que utiliza o Tinder para conscientização do perigo do sexo desprotegido. Um anúncio desenvolvido pela agência israelense Great em parceria com a organização sem fins lucrativos AIDS Task Force criou em 2014 perfis falsos de mulheres no Tinder, com fotos onde estavam acompanhadas de diversos homens. Ao curtir o perfil uma mensagem surgia: “Você provavelmente não é o único encontro dela. Use camisinha. ” Esta campanha, no entanto, recebeu críticas por utilizar perfis destacando apenas mulheres com múltiplos parceiros. Leia mais aqui.

Exemplos de campanhas de interesse público veiculadas no Tinder têm se tornado comum. Confira aqui os posts que o publicamos sobre as campanhas de tráfico sexual e sobre pessoas desaparecidas que utilizaram o aplicativo.