Atualização em 24/6/2016: esta campanha ganhou um Leão de Ouro e outro de Bronze na categoria PR Lions no Festival de Cannes 2016.
Na Austrália, as crianças desta campanha entenderam rapidinho que a desigualdade de gênero é uma injustiça difícil de lidar. E agora podem te explicar que não tem nada de #mimimi. Gravado como um experimento social, as mães convocam a meninada para ajudar nas tarefas domésticas em troca de um bônus: a mesada. Só que nada aconteceu como as crianças esperavam.
As meninas ficaram chocadas ao descobrir que ganhariam menos mesada que os irmãos como recompensa pela mesma tarefa doméstica. Só porque são meninas. Até eles ficaram incomodados. Realizado como um experimento social, o filme Pocket Money foi criado para o Dia Internacional da Mulher e faz parte da campanha #EqualFuture, iniciativa de responsabilidade social do banco ANZ (Austrália) que cobra equidade financeira entre homens e mulheres. De acordo com o ANZ Women’s Report, mulheres australianas ganham cerca de 800 dólares a menos por mês e são penalizadas com reduções salariais (em média 7%) ao tirarem licença-maternidade.
O próximo filme da campanha, de 2015, foi dirigido pela premiada cineasta Jane Campion, vencedora de dois Oscar e duas Palmas de Ouro em Cannes. Apesar da neurociência mostrar que o desenvolvimento do cérebo feminino é mais rápido, a vantagem desaparece com as inúmeras barreiras sociais enfrentadas por elas no mercado de trabalho.
https://www.youtube.com/watch?v=efrWsA0Q9U4
Alguns números
Segundo o Global Wage Report 2014/2015, as mulheres recebem até 36% menos do que os homens, mesmo representando mais de 40% da força de trabalho do mundo. O relatório World Development 2012 aponta que elas controlam apenas um quarto da riqueza do mundo. No Brasil, segundo o IBGE, as mulheres recebem em média 29% a menos que os homens. Os números, no entanto, podem ser ainda maiores. De acordo com uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, uma pesquisa da Robert Half, empresa especializada em recrutamento, concluiu que a distância entre os gêneros está presente não só na questão de equiparação salarial, mas, principalmente, nas oportunidades de crescimento, desenvolvimento e respeito pelas mulheres.
O estudo ‘Mulheres e o Mundo Corporativo’, realizado com cerca de 300 profissionais brasileiras em fevereiro deste ano, mostra que 66% delas já sofreram preconceito no trabalho. Além disso, 60% das entrevistadas dizem ter escutado comentários preconceituosos e 47% já tiveram suas habilidades questionadas em momentos de crise.