Para lembrar o Dia Internacional de Tolerância Zero para a Mutilação Genital Feminina (6 de fevereiro) e preocupada com a discreta redução da prática pelo mundo, a Anistia Internacional lançou em seu canal no youtube o vídeo “A childhood without FGM”.
Retratando uma família prestes a expor a filha à brutalidade da mutilação, o filme relembra que mesmo em países onde a prática é considerada ilegal,como no Egito, determinados grupos ainda repassam essa cultura por diversas gerações. Segundo um relatório da Anistia Internacional, mais de 90% das mulheres entre 15 e 49 anos foram submetidas à mutilação genital.
A luta da ONU contra a Mutilação Feminina.
Prática ainda comum em cerca de 30 países – especialmente na África e Oriente médio – a mutilação genital feminina(MGF) já foi realizada em mais de 140 milhões de mulheres e meninas no mundo. Por se tratar de uma violação dos direitos humanos e não se basear em nenhuma razão religiosa ou médica, a MGF tem sido fortemente condenada por organizações e governos.
A UNICEF, em conjunto com a UNFPA – Fundo de População das Nações Unidas – vem desenvolvendo o maior projeto mundial contra a prática, focado principalmente nos países africanos. “A mutilação reflete uma profunda e enraizada desigualdade entre os sexos, e constitui uma forma extrema de discriminação contra as mulheres e meninas.”, afirma a ONU.
Uma das grandes ações do projeto ocorreu em 2012 quando a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que pede aos governos dos países-membros que elaborem leis para inibir essa prática e decreta o dia 6 de fevereiro o Dia Internacional de Tolerância Zero para a Mutilação Genital Feminina.
Ainda segundo a ONU, mais de 18% dos procedimentos de MGF foram realizados por profissionais da área de saúde. Em determinados países essa taxa cresce para 74%. Preocupada com a expressão desse número, o Dia Internacional de Tolerância Zero para a Mutilação Genital Feminina de 2015 levou o tema “Mobilização e envolvimento do pessoal de saúde para acelerar Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina” para mobilizar profissionais da área de saúde das mais diversas especializações, como enfermeiras, obstetras e ginecologistas a acelerarem o abandono da prática da mutilação.
Em uma declaração oficial, a ONU diz acreditar na mobilização já que são esses profissionais que sabem as consequências que a MGF pode causar, como complicações obstétricas, menstruais e urinárias, como sangramentos, infecções e até morte. Sem contar os profundos traumas psicológicos que podem durar uma vida inteira.
E engana-se quem acha que a mutilação genital só ocorre na África e Oriente médio. Países da Europa Ocidental, America do Norte e América Latina possuem comunidades de imigrantes que persistem em prosseguir com a prática.
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