Uma mulher em um ônibus dá seu assento a um homem carregando um bebê e diz : “se ele pode cuidar de seu bebê, eu posso oferecer-lhe o meu assento”. Em outra cena, um homem mais velho reforça: “se minhas netas podem aprender a jogar futebol, eu posso aprender a cozinhar.” Lançado no Facebook, o vídeo Nosotros por Ellas (nós por elas) já conta com mais de 20 milhões de visualizações. Em cada cena, homens e mulheres mostram que a vida pode ser bem mais fácil se o machismo for vencido pela igualdade de gêneros.
O filme, que foca no público masculino, faz parte da inciativa do México, que aderiu à mobilização mundial #HeForShe da ONU Mulheres. Atualmente, mais de 700 mil homens do mundo todo já se juntaram à campanha. No México, 18 mil homens assinaram o compromisso, mas a meta do governo é mais ambiciosa. De acordo com o Ministério da do Interior (SEGOB), o objetivo é mobilizar 55 milhões de mexicanos.
“Causa das mulheres deve ser sempre a nossa causa”, disse o ministro do Interior, Miguel Angel Osorio Chong, na cerimônia de lançamento da campanha. “Esta iniciativa chama-nos a aprofundar a nossa reflexão sobre os nossos papéis, atitudes e crenças, e derrubar as práticas que, sem perceber, nos distanciam do nosso ideal de igualdade.”
Indicadores de desigualdade
Como o Brasil, o México ainda tem um longo caminho a percorrer quando se trata de igualdade de gênero e direitos das mulheres. O país foi classificado como um dos piores países entre as nações industrializadas de ser uma mulher, segundo o levantamento da Thompson Reuters Foundation.
Dois terços das mulheres no México são vítimas de violência doméstica. As mulheres fazem tanto trabalho doméstico não remunerado que, coletivamente, o seu trabalho foi estimado no equivalente a 23% do PIB do país em 2011, de acordo com a ONU – um percentual maior do que os setores industrial, agricultura ou extração de petróleo.