Há dois meses das eleições legislativas que vão definir o novo Parlamento na Espanha, a ONG Ayuda en Acción aproveitou o clima polarizado e lançou uma campanha com forte apelo político: Candidatos a la Pobreza. Em tom de discurso, o filme feito para a internet mostra crianças perdendo coisas que lhes são essenciais: sonho, brincadeiras, educação, saúde. O falso programa eleitoral da pobreza promete que as crianças espanholas não terão futuro, são candidatas à penúria e exclusão social. Nas cenas finais, o apelo para que a população evite que as crianças ganhem essa “eleição”. A criação é da agência Kitchen, que atende a ONG espanhola desde 2013.
Além do filme, a campanha tem hotsite e petição online que será entregue ao novo Parlamento, que será eleito em dezembro. A ONG denuncia que mais de 2,7 crianças espanholas estão em situação de risco e são candidatas à extrema pobreza. De acordo com a Ayuda en Acción, “a realidade da pobreza infantil não melhorou, a crise e os cortes sociais caíram sobre a população mais vulnerável nos últimos anos, especialmente sobre a infância”. Uma em cada três crianças espanholas estão abaixo da linha da pobreza. A Espanha ocupa o segundo lugar em pobreza infantil entre os países da União Européia – 840 mil crianças. A taxa de evação escolar no país está em 28%, bem maior que a média de 15% dos demais países da União Européia. Até agora, a petição conta com 2,3 mil subscrições.
Ainda dá tempo
Outra campanha sobre direitos das crianças lançadas este mês é a #aindadátempo, criada pela Ogilvy Brasil para a UNICEF. Durante o Salão do Estudante em São Paulo, a maior feira de intercâmbio da América Latina, foi montado o estande ECA Exchange Programs com programas de intercâmbio que deixaram pais e filhos atônitos. ” Este aqui é o Children Revolutionary Program. Sua filha será sequestrada por um grupo armado e aí é obrigada a lutar como soldado”, apresentavam os falsos vendedores. Já o Adventure Program incluía travessia de campos minados e arames farpados para conseguir chegar a um campo de refugiados. No final da apresentação, os pais indignados ouviam a pergunta: “já imaginou o seu filho nessa situação?”. Além de pedir doações para a UNICEF, a ação também comemorou os 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente.