A leitura é considerada uma peça importante no desenvolvimento social e intelectual das crianças e jovens. Além de ajudar no desenvolvimento da linguagem, esse simples hábito estimula a criatividade e pode estreitar a relação familiar. Ao se defrontar com dados apontando que 1.5 milhões de crianças britânicas chegarão aos 11 anos incapacitadas de lere bem o suficiente para compreender e discutir um livro, as ONGs Save the Children, CBI e Teach First lançaram a Campanha Read On, Get on.
Com a missão de mudar esse quadro até 2025, a campanha, apoiada por autores e políticos como JK Rowling e o prefeito de Londres Boris Johnson, se sustenta no vídeo Ten Minutes Could Chance Everything (Dez minutos podem mudar tudo) para mobilizar crianças, pais, professores e outros políticos e celebridades a estimularem o hábito da leitura. Criado pela agência Don’t Panic London e dirigido por Frederick Allsop, o filme retrata uma criança pedindo ao pai que leia um livro para ela. O pai, muito cansado, se recusa e pede para o filho assistir à televisão. Ao sonhar com as possíveis consequências dessas recusa o pai acorda e percebe que aqueles poucos minutos podem de fato fazer a diferença no futuro do filho. Com isso, o filme mostra que mesmo no dia a dia corrido, os pais têm o dever de investir alguns minutos do seu tempo de folga no estímulo da leitura em casa.
São várias as formas de contribuição à campanha. Uma delas é assinando uma petição online pedindo aos líderes partidários do Reino Unido que incluam em seus planos para 2015 o compromisso com a melhoria da leitura das crianças. Outra forma de aderir a campanha é se candidatando como voluntário e ajudando as famílias de baixa renda de comunidades locais a desenvolverem suas habilidades e confiança na leitura.
Apesar de ter sido lançada neste mês (09/2014) e portanto, ainda não obter dados que comprovem sua efetividade, a Read on Get on é uma iniciativa que poderia ser copiada por qualquer instituição ou país, como o Brasil. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, publicada pelo Instituto Pró-Livro, entre crianças e jovens de 5 a 17 anos, em média, 64% afirmam não ler por hábito e sim por obrigação. De acordo com a Fundação Itaú Social, apesar da grande maioria dos brasileiros reconhecer a importância o incentivo à leitura para crianças, apenas 37% têm o hábito de ler para elas. O grande desafio é fazer com que as pessoas transformem esse reconhecimento da importância da leitura em ações efetivas em casa.
