Marcas rivais se unem para defender casamento homoafetivo
Por Adnews
Concorrentes em pontos de vendas dos mais diversos lugares do mundo, as marcas Skyy Vodka e Absolut se uniram na Austrália para apoiar uma causa importante: o direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. O mesmo anúncio foi publicado nos perfis de mídia social de ambos e retrata as duas garrafas lado a lado, com um coração com as cores do arco-íris no meio. Veja aqui o post.
O mais genial é o texto da peça, que utiliza o nome das duas marcas em inglês. Na tradução, a frase fica: “O céu é o limite quando temos absoluta igualdade”. Vale lembrar que a Austrália está em meio a uma votação pública que decidirá a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Entenda a polêmica
O apoio dos cidadãos da Austrália à legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo continua sendo majoritário, segundo uma pesquisa publicada em setembro. Artistas como Hugh Jackman, Ian Thorpe, Megan Gale, Margot Robbie, Ellen DeGeneres, Elton John e Bindi Irwin engrossam a lista de apoio, juntamente com empresas como Ben&Jerry’s e Airbnb.
Cerca de 16 milhões de australianos foram convocados a dar sua opinião a favor ou contra o casamento homossexual em uma pesquisa via correio e não obrigatória. A pesquisa termina dentro de 13 dias e os resultados serão anunciados em 15 de novembro. A sondagem da firma Newspoll, publicada pelo jornal The Australian, indica que 57% da população é a favor da medida. No entanto, o apoio caiu seis pontos percentuais se comparado ao registrado no mês anterior, enquanto o apoio ao “não” cresceu de 30% para 34%.
Na sondagem realizada na quinta-feira passada (21), 9% se declararam indecisos ou optaram por não revelar a sua posição, entre os 1.695 eleitores ouvidos. As fichas com a pergunta “Deve ser modificada a lei, para se permitir que pessoas do mesmo sexo se casem?” começaram a ser enviadas no dia 12 de setembro e até agora 15% dos eleitores as devolveram.
Se o “sim” ganhar na sondagem postal, o governo conservador permitirá aos seus deputados que proponham antes de Natal a reforma da Lei de Casamentos de 1961, que recebeu emenda em 2004 para detalhar que esta união é exclusiva entre um homem e uma mulher.Mas se o “não” vencer, o governo deixará a reforma de lado. Os trabalhistas, que estão na oposição, prometeram que, se ganharem as eleições gerais previstas para 2019, organizarão um debate sobre o tema no Parlamento nos primeiros cem dias do seu mandato.
A votação pelo correio foi criticada por políticos e ativistas a favor dos direitos da comunidade LGTBIQ (de lésbicas, gays, transexuais, bissexuais, intersexuais e queers, expressão que designa pessoas que não seguem o padrão da heterossexualidade ou do binarismo de gênero). Eles consideram que o Parlamento deveria debater o tema diretamente e temem o impacto de campanhas de ódio.
A Austrália, que aceita a união civil em vários de seus estados, recebeu críticas de várias organizações devido à sua lentidão na legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Em dezembro de 2013, o Tribunal Superior anulou uma lei que permitia este tipo de união no Território da Capital Australiana por considerar que transgredia a Lei Federal de Casamentos de 1961.
Também fracassaram propostas legislativas similares nos estados da Tasmânia e Nova Gales do Sul, cuja capital é Sydney.