Os países da America Latina foram alguns dos destaques negativos no ranking internacional de corrupção feito pela ONG Transparência Internacional, divulgado em dezembro de 2014. Considerado o país latino mais corrupto dentre os 177 países avaliados, a Venezuela ocupa o 161º lugar, seguido por Paraguai e México, nas 105ª e 103ª posições, respectivamente. O Brasil foi relacionado como sendo o 72° país mais corruptos do mundo.
Diante dos enormes prejuízos causados pela onda de corrupção nesse países, os Ministérios Públicos de 21 países da America latina se uniram através da Associação ibero-americana de Ministérios Públicos (AIAMP) para promover uma mobilização social com a campanha #CorrupçãoNão. Com foco na internet, a campanha, que acontece simultaneamente nos 21 países, incentiva o debate sobre o assunto. O público-alvo são os jovens de 16 a 33 anos, que têm forte presença e engajamento no meio digital, o que aumenta as chances de se iniciar uma divulgação e debates por meio de compartilhamentos.Segundo a Comscore, entre os jovens de 18 a 24 anos, 49,5% são engajados em redes sociais. Entres os jovens na faixa etária de 25 a 34 anos, o percentual é de 44,6%.
Além do hotsite, a campanha mira no Twitter e Facebook. Tem ainda um aplicativo móvel e peças digitais. As mídias tradicionais como televisão, rádio e mobiliário urbano estão sendo usadas apenas como suporte. Outro objetivo da campanha #CorrupçãoNão é esclarecer a esse jovens – e a população em geral – sobre o verdadeiro papel do Ministério Público e sua importância na luta contra a corrupção. Entre as atribuições do Ministério estão: Investigar suspeitas de fraudes, Poder de busca e apreensão, Receber denúncias de atos suspeitos de corrupção e divulgar as investigações realizadas. Veja mais aqui.
No hotsite, órgão aproveita para destacar a importância de se combater todas as formas de corrupção, independente da situação, tamanho e do autor. E isso inclui o famoso “jeitinho brasileiro”. “O ‘jeitinho’ é a porta de entrada da corrupção. A única diferença entre um e outro é apenas a escala e a existência de um marco regulatório. O ‘jeitinho’ é uma transação pessoal e de natureza não-monetária; já a corrupção é impessoal e uma transação monetária. O que nós precisamos fortalecer na sociedade é que dizer não à corrupção significa dizer não à corrupção de pequeno e elevado grau”, afirma o subprocurador da república e coordenador da câmara de combate à corrupção do MPF, Nicolau Dino ao jornal O Popular.
Segundo o site da campanha, a recuperação de ativos, no Brasil e no exterior, para recompor o dano ao patrimônio público e devolver o dinheiro à sociedade, está entre as principais preocupações do MPF. Somente em 2015, já foram arrecadados aos cofres públicos R$ 60 milhões do ex-magistrado Rocha Mattos, repatriados da Suíça, mais R$ 579 milhões devolvidos por atuação da força-tarefa Lava Jato.
Os efeitos da corrupção
Para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a corrupção é o fator que mais atrapalha o desenvolvimento social e econômico no mundo e estima que ao menos U$ 3,6 trilhões são usados em atividades ilícitas, sendo U$ 1 trilhão em casos de suborno. Essa soma é superior a 5% do PIB mundial. Com esse dinheiro milhões de vidas poderiam ser salvas anualmente investindo-se nos setores de saúde, segurança, alimentação ou de infra-estrutura especialmente em países em desenvolvimento. Acesse aqui para ler sobre a campanha “Trillion Dollar Scandal” , publicada pelo blog e que denuncia esse desvio de dinheiro e entregou uma petição pública que pede o fim do sigilo financeiro e medidas para dificultar a lavagem de dinheiro.
Para dizer não à qualquer atitude corrupta e se aliar aos Ministérios nessa luta, o hotsite da campanha explica cinco passos essenciais: pense no assunto, dê o exemplo, fiscalize, informe-se e divulgue a campanha. “Entre nesse movimento e divulgue a campanha da maneira que preferir. Curta a Fan Page, compartilhe as peças publicitárias e comente o conteúdo da campanha nas redes sociais. E lembre-se de utilizar a hashtag #CORRUPÇÃONÃO”.
A campanha ficará no ar por dois meses simultaneamente nos 21 países participantes da campanha.