No Paraguai, o abuso sexual de crianças ainda é um tabu. Cerca de 700 meninas por ano engravidam no país, como consequência da violência sofrida. Para ajudar as crianças a denunciar e evitar os abusos, a parceria entre o Ministério da Educação e Cultura do Paraguai, a Anistia Internacional e a rede de laboratórios Díaz Gill usa elementos do universo infantil.
Arami e Amaru são dois bonecos de pano que avisam quando são tocados de forma inapropriada. Eles emitem frases como “Não me toque aí” e “Se você me acariciar vou dizer a minha mãe”. Na primeira fase, cerca de 500 bonecas serão distribuídas em várias escola do país e entregues a personalidades como apresentadores, jornalistas, artistas e atores locais. A criação é da Kausa Havas.
Como identificar se a criança sofre abusos
No blog Papo de Mãe, do Estado de S. Paulo, a psicóloga Solange Melo relacionou 17 comportamentos característicos que crianças vítimas de violência sexual podem apresentar:
1 – Crianças extremamente submissas
2 – Crianças extremamente agressivas e antissociais
3 – Crianças pseudo maduras
4 – Crianças com brincadeiras sexuais persistentes, exageradas e inadequadas
5 – Crianças que frequentemente chegam muito cedo à escola e dela saem tarde (num esforço inútil de escapar da situação do lar)
6 – Crianças com fraco ou nenhum relacionamento com seus pares e com imensa dificuldade de estabelecer vínculos de amizade e com falta de participação nas atividades escolares e sociais
7 – Crianças com dificuldade de concentração na escola
8 – Crianças com queda repentina no desempenho escolar
9 – Crianças com total falta de confiança nas pessoas, em especial nas pessoas com autoridade
10 – Crianças com medo de adultos do sexo oposto ao seu
11 – Crianças com comportamento aparentemente sedutor com pessoas adultas do sexo oposto ao seu
12 – Crianças que fogem de casa
13 – Crianças com sérias alterações do sono (como em geral os abusos são feitos na cama, se estabelece o medo de dormir e sofrer o ataque )
14 – Crianças com depressão clínica
15 – Crianças com ideias suicidas
16 – Crianças com comportamentos de automutilação
17 – Crianças com imensos sentimentos de culpa em relação a tudo
Segundo ela, “crianças abusadas sexualmente, em especial as menores, não entendem o que de verdade está acontecendo e ficam sem saber como reagir nem se deve reagir. Em geral, elas fingem ignorar o fato e sofrem, muitas vezes, anos caladas. E lamentavelmente, quando o fato é revelado, muitas ainda têm que enfrentar o descrédito da própria família e da sociedade, o que as dilacera ainda mais por dentro.”