Pedro Almodóvar, Javier Bardem e uma dezena de artistas espanhóis – entre atores, escritores e músicos – encenam histórias reais de pessoas assassinadas durante a ditadura do general Francisco Franco. No final de cada história, é repetido que as vítimas não tiveram direito a um julgamento ou sentença. O debate contra a impunidade ganhou força depois que, em maio deste ano, o Conselho Geral do Poder Judiciário Espanhol suspendeu o juiz Baltasar Garzón (ele ficou célebre por ter determinado a prisão do ex-ditador chileno Augusto Pinochet em Londres em 1998). Ele foi indiciado por querer investigar crimes anistiados da época franquista. Segundo a acusação, o juiz sabia que não tinha competência para isso e ignorou a lei de Anistia decretada em 1977 para os crimes. Garzón tentou realizar brevemente, em 2008, uma investigação sobre os 114 mil desaparecidos da Guerra Civil espanhola (1936-1939) e os primeiros anos da ditadura franquista (1939-1975). O juiz desistiu da investigação depois.
