O debate sobre a forma como a mulher é retratada na publicidade vem ganhando cada vez mais espaços. No Fórum Econômico Mundial, em Davos, a Unilever divulgou um estudo (a gente falou sobre isso aqui) e anunciou que vai mudar a forma de anunciar. No primeiro anúncio para o Superbowl foi a vez da Procter&Gamble fazer um esforço neste sentido, com a marca Mr. Clean. Tímido ainda, embora inverta os papéis e defenda no slogan “ame um homem que limpa”.
O filme mostra que o homem fazendo a limpeza é irresistível. Mas ainda mostra a mulher como uma dona de casa atarefada. Mas pelo menos reforça a divisão das tarefas domésticas entre o casal. A criação é da Leo Burnett Toronto.
Mulheres invisíveis
Em 2015, um estudo da agência Heads (imagem acima) mostrou que as mulheres poucas vezes eram protagonistas. Para mapear como gênero e raça são representados na publicidade, a agência monitorou todos os comerciais veiculados nacionalmente na Globo e no Megapix, o canal de maior audiência na TV aberta e de maior audiência na TV fechada, respectivamente. As mulheres são protagonistas em apenas 16% dos filmes.
Nas redes sociais a situação é ainda pior: nos posts das 10 maiores marcas brasileiras no Facebook, as mulheres são protagonistas em apenas 5%. E elas são praticamente invisíveis se forem lésbicas, negras, gordas ou transexuais. As conclusões são da pesquisa feita pela consultoria 65/10 e a agência África. “Não é a toa que 65% das mulheres dizem não se identificar com a forma como são retratadas”, diz o estudo que foi lançado na semana passada.