São os próprios portadores do vírus HIV que protagonizam a nova campanha do Ministério da Saúde. Com o slogan “A vida é mais forte que a Aids”, Beatriz Pacheco, de 60 anos e soropositivo há nove anos, e Cazu Barros, carioca de 34 anos e há 17 com HIV, mostram que somente a informação é capaz combater a discriminação, o preconceito e os estigmas que envolvem a doença. Além dos dois filmes, que começaram a ser veiculados nesta quarta-feira, serão distribuídos 55 mil cartazes e 1,5 milhão de fôlderes.
A nova campanha lança o conceito de Prevenção Positiva. A divulgação dessa nova estratégia de comunicação coincide com a publicação de um relatório da ONU, que afirma que o Brasil tem um terço do total de soropositivos da América Latina, cerca de 620 mil portadores do vírus HIV. O estudo da Organização das Nações Unidas também revela queda no número de infectados ao longo do último ano. Cerca de 140 mil pessoas contraíram o vírus em 2006, contra 200 mil em 2005, ao mesmo tempo que as mortes em decorrência da doença caíram de 66 mil para 65 mil. O dado mais alarmante é que entre os 620 mil infectados do País, 66% não sabem que são portadores do vírus. Tendo em vista essa última constatação, fica claro que a comunicação é o mais poderoso remédio.
Mesmo com tantos infectados, o Brasil é considerado um exemplo no combate a proliferação da Aids. As campanhas criadas desde a década de 80 mudaram comportamento e ditaram regras. O livro “Comunicação de Interesse Público – Idéias que movem pessoas e fazem um mundo melhor” (baixe trechos e compre ao lado), analisa toda a estratégia de combate ao vírus e o envolvimento do Governo, da sociedade civil e das ONGs nessa cruzada.
Por Emilia Spirlandelli