A maconha e o cérebro

10/12/2015

A maconha (cannabis sativa) tem mais de 500 componentes químicos em sua composição. E pode ser usada de forma recreativa e/ou em medicamentos. É o que explica a animação feita pela emissora de televisão CNN, Your Brain on Weed (veja na íntegra aqui e a tradução no final deste texto). O filme faz parte da playlist Legalized Marijuana, com 20 minidocumentários sobre o tema, no site da emissora. Todo o material é apresentado pelo Dr. Sanjay Gupta, o colunista oficial da emissora em matérias sobre saúde.

Desde 2013, com o avanço da legalização da maconha em muitos estados americanos, a CNN tem feito uma série de documentários sobre a droga. O mais recente é o  Weed 3, com o presidente dos EUA Barack Obama defendendo tanto o uso recreativo e como  medicinal da maconha – ele já havia assumido ter feito uso da substância na juventude. Segundo Obama, o uso da maconha tem os mesmos riscos e implicações do álcool. Veja o documentário completo no vídeo abaixo (Obama fala a partir dos 40:00). Como o programa não foi exibido ainda no Brasil, só temos a versão em inglês Você pode ativar as legendas do próprio YouTube clicando na barra de ferramentas do vídeo (nem sempre a tradução é precisa).

https://youtu.be/cboy7zzJWs8

Tradução da animação Weed on your Brain

Vamos falar sobre a maconha e seu cérebro. Como o processo é complexo, vamos começar pelo que você já conhece: o THC. O THC é o componente químico da maconha que deixa você chapado, tranquilo, tonto, às vezes relaxado. A maconha pode ser fumada, comida, inalada com o uso de um vaporizador ou consumida em gotas de óleo, no caso de crianças que a usam como remédio.

Não importa como, o THC atinge sua corrente sanguínea e o seu cérebro. E  é neste último que ela ativará receptores especiais que, quando estimulados, liberam dopamina, que manda sinais para as células nervosas do corpo e causam euforia.

Nem todos os tipos de maconha deixam o usuário chapado. Isso ocorre porque a maconha possui outro componente chamado CBD, o Canabidiol. Espécies com pouca concentração de THC e muito CBD são comumente utilizadas como remédio. Eles podem tratar epilepsia, dores, danos causados pela esclerose múltipla, náuseas decorrentes de quimioterapia e outros sintomas e doenças.

O CBD reduz as atividades químicas e elétricas em excesso no nosso cérebro. Um bom exemplo é essa menina que tinha 300 ataques epilépticos por semana e passou a ter 2 por mês depois que seus pais a trataram com uma espécie de maconha com alto teor de CBD. A maconha possui mais de 500 componentes químicos que trabalham juntos, numa combinação conhecida como ‘efeito comitiva’. O que significa que é difícil isolar uma substância da maconha para criar um remédio. É preciso usar a planta toda, especialmente quando falamos da versão in natura, ao invés de pílulas.