Lá em Portugal, como aqui, muitos motoristas param em locais proibidos usando a velha desculpa do “só cinco minutinhos”. Para mostrar que estacionar nas calçadas não tem nada de infração leve, um experimento social foi gravado nas ruas de Lisboa. Vários carros que atravancavam o caminho dos pedestres ganharam um aviso no para-brisa escrito: “bati no seu carro”, com um número de telefone atrás. Em Portugal, 6 em 10 pessoas admitem estacionar em cima das calçadas.
Só que ao telefonar, os motoristas tinham uma surpresa. Aparecia para o tetraplégico e fundador da Associação Salvador, Salvador Mendes de Almeida. A ideia da campanha, criada pela agência Havas, é mostrar que estacionar nas calçadas inviabiliza a locomoção de quem já tem problemas de mobilidade.
O filme, veiculado no ano passado, já foi visto por mais de 10 milhões de pessoas e compartilhado mais de 10 mil vezes nas redes sociais, ajudados pela repercussão na imprensa portuguesa e internacional. De acordo com a Havas, foi uma campanha de baixo custo, que “ajudou a mudar mentalidades”.
A Associação Salvador é uma ong portuguesa que trabalha com prevenção a acidentes de trânsito e inclusão de pessoas com dificuldade de locomoção.
Multas no Brasil
De acordo com o artigo 181 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), estacionar sobre a calçada é uma infração grave, com acréscimo de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), multa de R$ 195,23 e remoção do veículo. Em 2014, este tipo de infração foi a que mais gerou multas no Rio de Janeiro. De acordo com a Guarda Municipal, foram aplicadas 255 mil multas desse tipo contra os motoristas, o que equivale a 20% das infrações registradas em toda a cidade. Desde o ano passado, estacionar em locais destinados a pessoa com deficiência é considerada infração gravíssima.