No médico, no trabalho, na vida. As mulheres sofrem assédio sexual e muitas vezes seguem caladas. Por medo ou porque é convencida que “faz parte”. Esta série de seis curtas fazem parte de uma série de seis filmes #ThatsHarassment, lançada esta semana, e conta com atores conhecidos como David Schwimmer, Cynthia Nixon, Noah Emmerich,Michael Kelly,Grace Gummer, Joseph Sikora, Emmy Rossum e Cristela Alonzo. Todos os filmes são baseados em acontecimentos reais.
No filme acima, David Schwimmer faz o papel de um chefe que pede ajuda à subordinada depois do expediente. De forma casual, ele puxa assunto e começa a fazer uma abordagem mais pessoal até tocá-la e beijá-la à força. Quando ela o repele dizendo que tem namorado, diz que também é casado e se despede com um abraço.
A paciente está em uma consulta se queixando de sintomas de sinusite enquanto o médico aproveita para tocá-la nos seios, a pretexto de examiná-la melhor. No final, o diagnóstico é mesmo sinusite.
No trabalho, uma figurinista tem uma conversa divertida com um ator famoso com quem trabalha. Até que ele tira parte da cueca e pergunta o que ela acha. A situação vai ficando cada vez mais constrangedora, com o homem pedindo para que ela o toque e que sejam mais amigos.
Num bar, dois bartenders conversam enquanto preparam os drinks. Ele fala sobre as situações complicadas que ela pode enfrentar de um jeito bastante paternal. Até que ele começa a exemplificar – tocando-a – como seriam investidas inapropriadas que ela terá de enfrentar.
Numa sessão de fotografia, tudo vai indo bem até que o fotógrafo a faz se masturbar em frente de toda a equipe. Depois age como se tudo fosse parte de um ambiente profissional.
Em o Político, uma jornalista faz uma entrevista com um homem importante. Ele, então, começa a lhe passar cantadas e tocá-la.
Os vídeos não devem ser vistos em nenhuma ordem específica. O que os vincula é que cada um apresenta o momento sutil em que a interação muda, quando cada homem – o Ator, o Chefe, o Colega, o Doutor, o Fotógrafo, o Político – ultrapassa os limites de uma forma abusiva em relação à mulher com quem está conversando.
Origem do projeto
Em dezembro de 2016, a diretora israelense-americano Sigal Avin escreveu e dirigiu cinco curtas-metragens que descrevem casos de assédio sexual por homens contra mulheres. Lançados em Israel , foram baseados em histórias da vida real, incluindo um de Avin, que foi assediado por “um astro muito famoso”, quando ela estava começando como dramaturga há quase duas décadas. Em janeiro de 2017, Avin se conversou com seu amigo David Schwimmer sobre a adaptação dos filmes para distribuição nos Estados Unidos. Os curtas foram refilmados com cast de estrelas famosas.
Em entrevista à Vanity Fair, contou que cresceu ouvindo as histórias de assédio sexual sofridas pela mãe. “Toda mulher da minha família, na minha vida, foi assediada, exceto minha filha, graças a Deus, que tem apenas 6 anos. Mas minha mãe era uma das quatro mulheres de uma classe de 400 quando estava na faculdade de Direito. E era uma jovem advogada na Califórnia dos anos 70 e nos anos 80 e 90. Inúmeras histórias de assédio.”
