A empresa New Orleans Tourism Corporation e a comunidade de Nova Orleans (EUA) se uniram durante o Carnaval – por lá mais conhecido pelo nome francês Mardi Gras – para mostrar onde o “mundo vai parar” caso você não aceite as pessoas do jeito que são. As primeiras cenas da campanha, mostram as pessoas voltando para trás, tirando fantasias e alianças. Num cenário triste e soturno.
Até que as batidas do tambor ganham ritmo e aparece uma faixa com o arco-íris avisando: “nós nunca vamos retroceder”. Uma mensagem de esperança em meio à uma onda conservadora que tem varrido direitos no país, especialmente entre as comunidades LGBT.
De acordo com Mark Romig, CEO e presidente da empresa de Turismo, as pessoas foram se juntando espontaneamente às filmagens quando viram a mensagem de tolerância. “A comunidade LGBT é um mercado muito importante para nosso plano de marketing anual”, explicou em entrevista à Adweek. A ideia é mostrar que a cidade está de braços abertos à diversidade e que todos são bem vindos. A campanha foi filmada durante o Mardi Gras, com voluntários. A criação é da 360i.
Brasil da homofobia
A travesti Dandara dos Santos, 42 anos, foi morta depois de ser agredida por pelo menos 5 homens no bairro Bom Jardim, em Fortaleza. O crime só repercutiu com a divulgação de um vídeo com as imagens na internet. Sem que ninguém fizesse nada para ajudá-la, Dandara foi brutalmente agredida e apedrejada. Após aguardar 20 minutos por socorro, morreu desamparada. Segundo relatório do Grupo Gay da Bahia, 340 LGBTs foram mortos no Brasil em 2016. Em 2017 já foram 70 assassinatos.
Em Florianópolis, durante o Carnaval, ganhou enorme repercussão o episódio de dois homens agredidos por se beijarem durante uma festa da escola de samba União da Ilha da Magia. No sábado de Carnaval, um grupo de cinco amigas procurava um local para jantar, após brincar nos blocos. Foi quando um rapaz tentou arrancar um beijo à força de uma das integrantes do grupo. Ao ver que a moça estava de mão dadas com outra, ele começou os xingamentos. Uma delas tentou intervir, colocando o braço entre o agressor e a vítima. Recebeu um soco que lhe causou fratura na face.
No Rio de Janeiro, um jovem paulista foi encontrado desacordado na praia de Copacabana após desaparecer em bloco carnavalesco. Segundo informações do Rio Sem Homofobia, o rapaz teria sido encontrado nu e com marcas de agressão no corpo. Amigos lamentaram nas redes sociais e acreditam que ele tenha sido vítima de homofobia. Estes são apenas casos que chegaram ao noticiário e ganharam repercussão nacional. Uma rápida olhada no Google dá conta de muitos em outras cidades.
