Em maio do ano passado, o Uber e sua concorrente Lyft encerraram as atividades na cidade americana de Austin (Texas) por não concordar com legislação local que exige identificação e checagem de antecedentes criminais dos motoristas das empresas junto ao banco de dados do FBI. Com uma frota de táxi incipiente (a espera é de em média 45 minutos), surgiu um novo negócio, totalmente colaborativo. Nada inusitado para uma cidade conhecida por suas startups e pólo tecnológico.
A Ride Austin, uma empresa de compartilhamento de caronas, foi criada semanas depois pelo empreendedor Joe Liemandt. Ele é o CEO da Trilogy, uma empresa de software para automóveis e eletrônicos de consumo. Como o Uber e a Lyft, a empresa funciona por meio de motoristas cadastrados e disponíveis via aplicativos para smartphones. A campanha de marketing criada pela agência local Marketites aproveitou o sentimento de desgosto da população com a postura do Uber e Lyft para dar um tom mais bairrista às peças.
O diferencial da Ride Austin é que ela é uma ONG, criada para envolver a comunidade e resolver um problema local de transporte. Todo o lucro é revertido para instituição de caridades da cidade. Os motoristas têm uma tabela específica por tipo de carro e conforto oferecido. Os passageiros-caronas podem arredondar para cima os valores, pagos via cartão de crédito, e indicar para qual instituição de caridade a gorjeta vai beneficiar.
De acordo com o site da empresa, os motoristas credenciados ganharam mais de US$ 13 milhões desde o lançamento da plataforma. A média de caronas é de 45 mil pessoas por semana. Mais de 60 mil pessoas arredondaram os valores da carona e doaram mais de US$ 100 mil para instituições de caridade locais.