Vamos mudar a brincadeira

05/01/2017

Bonecas e carros. Rosa e azul. Em algum momento, alguém definiu o gênero das coisas. E pior: decidiu que gênero pode usar cada coisa. Inspirado em Toy Story, com brinquedos que ganham vida após os humanos irem embora, o filme da Audi da Espanha propõe virar o jogo. “Porque brincar, como dirigir, não deve incluir os estereótipos de gênero”, reforça o conceito da campanha criada pela Proximity Barcelona e veiculada durante o Natal.

A personagem principal é uma boneca empacada em uma carruagem rosa. Até que descobre uma miniatura de Audi e sua vida muda completamente. Ela começa a desbravar outros cantos da loja de brinquedos. Até que chega o dia. O carro azul com a boneca rosa encanta um garotinho que pede de presente para a mãe. A resposta é pra lá de machista: “estes dois brinquedos não vêm junto”, fala a mulher enquanto joga a boneca de volta ao cenário cor-de-rosa.

Hosite

Além das peças para TV e mídia impressa, o hotsite da campanha traz informações, argumentos e dicas para mudar o jogo. Um dos principais argumentos é que a dicotomia entre coisa de menino e menina pode ser danosa para a formação das crianças porque reforçam os estereótipos de gênero. Brincar com carros ajudam a coordenação motora. Enquanto que as brincadeiras com bonecas podem ajudar na empatia, relações sociais e linguagem.

As informações do hotsite contaram com colaboração de José Luís Linaza Iglesias, professor de psicologia evolutiva e educação. Iglesias explica como influências jogo aprendizagem, escolhas profissionais futuras e interesses. Segundo ele, bonecas, brinquedos de cozinha e pôneis não são ruins em si, mas enviam uma mensagem clara sobre quais traços nós valorizamos em meninas, enquanto carros, figuras de ação e conjuntos de construção para meninos canalizam interesses totalmente diferentes.

A campanha teve mais de 1,4 milhões de visualizações no YouTube.