Bailarinos da companhia de dança Marc “invadiram” as ruas de Chicago (EUA) para uma performance contra o estupro. A campanha live action do movimento Know No colocou bailarinas desacordadas, como se estivessem alcoolizadas, em degraus, bancos de praça e no meio da calçada. Ao lado delas, uma mensagem bem didática sobre consentimento: se eu não posso dizer não, eu não posso dizer sim. A criação é da agência Red Snake.
Não existe área cinza ou nebulosa quando se fala em consentimento. Tem que ser explícito. Ou então se torna abuso sexual. Isso quer dizer que se a pessoa não está lúcida o suficiente para dizer não, inexiste o consentimento. No hotsite do movimento, dicas e um quiz ajudam a reforçar a questão. “Se alguém disse sim mas acabou se embriagando, ainda está valendo o consentimento?” é uma das perguntas. A resposta, obviamente, é não.
A ideia é inserir as discussões sobre violência sexual e consentimento no dia a dia das pessoas – em conversa entre amigos e dentro das famílias. Planejada originalmente para ser lançada após o término das férias acadêmicas, no final do mês de setembro, a campanha foi antecipada por conta da libertação antecipada de Brock Turner, um atleta que foi flagrado violentando uma colega de universidade mas conseguiu pena branda (veja mais aqui).
Cultura do estupro
De acordo com a ONU Mulheres, “cultura do estupro” é um termo usado para abordar as maneiras em que a sociedade culpa as vítimas de assédio sexual e normaliza o comportamento sexual violento dos homens. A cultura do estupro é uma consequência da naturalização de atos e comportamentos machistas, sexistas e misóginos, que estimulam agressões sexuais e outras formas de violência contra as mulheres. Esses comportamentos podem ser manifestados de diversas formas, incluindo cantadas de rua, piadas sexistas, ameaças, assédio moral ou sexual, estupro e feminicídio. Na cultura do estupro, as mulheres vivem sob constante ameaça.
