Salvando Pepito
De acordo a Comissão de Segurança no Trânsito, 7 em cada 10 cidadãos porto-riquenhos admitem que mandam mensagens de texto enquanto dirigem. Esta prática, a segunda maior causa de acidentes de trânsito no país, resultou em mais de 50.000 acidentes apenas em 2014. Para engajá-los na luta para diminuir essa estatística, a McCann San Juan resolveu mexer com a emoção dos porto-riquenhos. Bem longe de imagens chocantes de acidentes, eles usaram um dos personagens fictícios mais amados por eles.
Pepito é o protagonista de uma popular tirinha diária que vem sendo publicada no jornal Primera Hora nos últimos 10 anos. E foi ele o responsável por um enorme protesto nacional por leis mais rigorosas para punir motoristas que usam o celular enquanto dirigem. Até então, a multa era de apenas US$50. Com o objetivo de pressionar o governo nacional para que ele aprovasse uma legislação mais rigorosa neste sentido, a McCann San Juan colaborou com os criadores da tirinha e decidiu fazer do personagem a mais nova vítima desse tipo de negligência no trânsito.
Na história, Pepito escreve uma carta em que ele pede para as autoridades mudarem essa punição branda aos motoristas. E no momento em que ele está a caminho da Câmara dos Representantes para entregar sua cartinha, ele é atropelado por um motorista que estava usando o telefone. E assim, Pepito ficou em coma. Nos dias seguintes os leitores acompanharam a luta do personagem por sua vida e a agonia de amigos e família. A campanha então, incentivou os leitores a escrever, ligar e mandar-emails para o Congresso exigindo mudanças na lei. Pois, o personagem só se recuperaria depois que os legisladores aprovassem uma lei mais rigorosa. E se demorasse muito, Pepito morreria.
A campanha foi publicado diariamente no jornal Primera Hora e na fanpage do Facebook. Até cobertura (em versões impressas e digitais) do acidente criada por jornalistas reais do jornal. Funcionou. Os leitores começaram a pressionar e fez com que o Governo cedesse. Desta forma, foi aprovada uma lei que aumentou em cinco vezes a multa – de US$50 para US$250.