06/05/2016

Moda

Você não sabe o que se esconde atrás das costuras.

Por trás das costuras

06/05/2016

Quem faz suas roupas?

No mercado fast fashion, que movimenta mais de 1 trilhão de dólares por ano, é difícil encontrar informações precisas sobre a origem das roupas numa indústria que precisa produzir cada vez mais peças a custo cada vez menor. Uma peça vendida numa loja de departamentos pode bem ter sido feita por uma criança no Paquistão. Deixar às claras quem são os responsáveis pelas roupas oferecidas pelas marcas é a proposta da iniciativa Behind The Seams (por trás das costuras), que é promovida pela agência de design Move Copenhaghen e o departamento de desenvolvimento e cooperação do governo da Dinamarca (DANIDA).

O que as marcas escondem quando não são transparentes quanto à origem do material que produzem? Segundo o pessoal da Behind The Seams: trabalho infantil, escravidão moderna, agressões ao meio ambiente, jornada extenuante, qualidade indesejável das matérias-primas, entre outros problemas. A iniciativa pretende aglutinar pessoas e organizações de vários países denunciando a situação dos trabalhadores da indústria do vestuário, especialmente na América Latina, África e na Ásia. A ideia é conscientizar os consumidores a mudar sua forma de lidar com a indústria da moda, para priorizar produção local e roupas de segunda mão.

A Behid The Seams também lançou, este mês, um prêmio para marcas que são transparentes com relação à todas suas etapas de produção. Um juri qualificado vai homenagear em outubro as empresas com melhores práticas do mundo.

No Brasil

 

sakamoto

Nos últimos 10 anos, centenas de trabalhadores – principalmente imigrantes de outros países sul americanos – já foram identificados produzindo roupas em situação de escravidão dentro de pequenas e precárias oficinas de costura no Brasil. A capital paulista e a região metropolitana de São Paulo (SP) concentram a maior parte dos casos do gênero já flagrados por fiscais do governo federal.

O aplicativo para o consumo consciente de roupas Moda Livre, da ONG Repórter Brasil, tem 77 grifes e varejistas em sua base de dados. Desde o seu lançamento, em dezembro de 2013, já teve cerca de 50 mil downloads. De acordo com Leonardo Sakamoto, um dos fundadores da ONG, o aplicativo avalia e monitora as ações que as principais empresas do setor vêm tomando para evitar que as suas peças sejam produzidas por mão de obra escrava. Além disso, oferece ao consumidor, de forma ágil e acessível, informações e notícias sobre as marcas envolvidas em casos de trabalho escravo na indústria do vestuário nacional.

A nova versão do Moda Livre, realizada com apoio da DGB Bildungswerk, foi apresentada ao público durante o Fashion Revolution Day SP no mês passado (em 18/4). A iniciativa faz parte da campanha global Fashion Revolution, que promove eventos em todo o mundo para conscientizar o público sobre o verdadeiro custo da moda e sobre seus impactos, da produção ao consumo.

Faça o download gratuito do aplicativo para iOS (iPhone) e Android.