Painel mata mosquito
O blog já postou diversas campanhas que usaram outdoors de formas extremamente criativas. Para combater a violência doméstica, o racismo, a escassez de água, o tabagismo e o tráfico de pessoas. Hoje nós vamos falar de uma campanha que transformou uma mídia convencional em uma ferramenta para combater o que talvez seja uma das maiores preocupações atuais do brasileiros: o Aedes aegypti.
Após o registro do recorde de casos de dengue no Brasil e a descoberta da ligação do mosquito com a transmissão do zika vírus, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que o combate ao mosquito é uma e precisa de uma resposta urgente. A NBS, em parceria com a empresa de mídia Posterscope, desenvolveram o Painel Mata Mosquito, feito a partir de tecnologia que atrai o mosquito ao imitar a essência do suor e da respiração humano.
Como eles fizeram isso? As placas do painel emitem para o ar uma solução composta de ácido lático (para reproduzir o cheiro do suor) e dióxido de carbono (para reproduzir a respiração), capaz de atrair mosquitos a uma distância de até 4 quilômetros. Para intensificar ainda mais o poder de “sedução”, foram instaladas luzes fluorescentes nas extremidades do painel. Os mosquitos ficam presos e morrem de desidratação.
Segundo a NBS, as localidades escolhidas para a instalação dos painéis são aquelas onde há um alto índice de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti , como a dengue, zika e chikungunya. Para isso, a ação contou também com a ajuda de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Como estamos falando de uma ideia que pode ajudar a salvar vidas, a tecnologia usada no Painel Mata Mosquito está disponível de forma gratuita no site mosquitokillerbillboard.com. Isso quer dizer que qualquer um pode reproduzi-la em qualquer lugar do mundo. Mas bióloga Denise Valle faz um alerta sobre um ponto importante. Em entrevista ao Estadão, ela diz que precisamos tomar cuidado com a “falsa sensação de segurança” e que é muito importante que as medidas de controle não sejam esquecidas nessas regiões. Afinal, a ação é apenas uma ajuda. “Todo mundo quer achar a bala mágica, mas, se fosse fácil, não conviveríamos com o mosquito há tanto tempo“, disse.