Segundo uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde com mulhere lésbicas e bissexuais, o maior equívoco durante o atendimento à elas em postos de saúde é o pressuposto de que todas são heterossexuais, sendo sempre ofertados anticoncepcionais e camisinhas masculinas. Além disso, dados do ministério indicam que elas são muitas vezes esquecida em programas de prevenção e tratamento de doenças, como os cânceres de colo de útero e de mama.
O ministério lançou nesta quarta-feira (2 de setembro), em parceria com as Secretarias Políticas para Mulheres (SPM) e com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), uma campanha para valorizar o direito à saúde dessas mulheres e acabar com qualquer forma de exlcusão nesses atendimentos.
Com o slogan “Cuidar da Saúde de Todos. Faz Bem para a Saúde das Mulheres Lésbicas e Bissexuais. Faz bem para o Brasil“, a mobilização conta com 20 mil folders e 100 mil cartazes distribuídos entre os movimentos sociais e Comitês Estaduais e Municipais de Saúde das Populações LGBT. O objetivo é informar e capacitar os profissionais do setor de saúde para atenderem as necessidades específicas do público homo e bissexual, para que elas se sintam cada vez mais bem acolhidas pelo sistema de saúde público.
O ministério também fechou uma parceria com a Universidade de Brasília (UnB) – pesquisadores de outras seis universidades nacionais – para analisar o acesso da população LGBT ao SUS. A ideia é que a análise seja feita nas perspectivas dos pacientes, profisisonais e gestores das unidades para, a partir disso, melhorar a qualidade desses atendimentos específicos. “Essas ações são importantes para que as mulheres possam ser acolhidas no SUS de forma a poderem expressar as suas necessidades e receber orientações sobre cuidados com a saúde. A ideia é garantir atendimento às mulheres lésbicas e bissexuais, em suas diversas formas de vivenciar a sexualidade, ou seja, com respeito à orientação sexual. Isso requer a colaboração de profissionais de saúde, movimentos sociais e da sociedade como um todo“, afirma o ministro da Saúde, Arthur Chioro, no site oficial do ministério da Saúde.
Para o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Rogério Carvalho, a campanha é de extrema importância para reforçar o debatesobre a saúde púplica como um direito, além de reafirmar o processo civilizatório. A enfermeira Carmem Lúcia, reforça a ideia de que as mulheres lésbicas e bissexuais são constantemente esquecidos pelos serviço de saúde: “As pessoas pensam que todos são heterossexuais. Se você não afirma sua lesbianidade ou seu lugar diferente, não tem direitos ou cuidados específicos“.
Para ter acesso à apresentação da campanha, clique aqui
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher
Em seu site oficial, o ministério da Saúde explica que já instituiu uma política que dialoga diretamente com o direito à saúde das mulheres lésbicas e bissexuais: a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Entre as ações de saúde para esta população destaca-se a inclusão dos campos nome social, orientação sexual e identidade de gênero na Ficha de Notificação de Violência no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Além desses, também foi incluído um campo para preenchimento da violência motivada por homofobia, lesbofobia e transfobia, informação imprescindível para dar visibilidade à violência sofrida pela população LGBT e qualificar os indicadores de saúde, melhorando o planejamento das ações de prevenção e promoção da saúde para essa população.