Em 2012, 40% das vítimas fatais de atropelamentos em Curitiba eram idosos, segundo dados do projeto Vida no Trânsito. Uma das principais razões para esses números está no curto tempo de travessia da rua para muitos deles, que dispõem de um mobilidade reduzida. O levantamento desses dados foi a base para uma pesquisa realizada pela prefeitura da cidade com o objetivo de reduzir o número dessas fatalidades no trânsito.
Realizada há dois anos, a pesquisa, que contou com cerca de 400 pedestres idosos, calculou a velocidade e tempo médios das travessia para identificar o aumento de tempo necessário para esses pedestres. Após identificar o aumento de tempo médio necessário foi então instalado, no bairro Alto da Glória, um “semáforo inteligente” em que um botão é acionado por um pedestre com um cartão especial da URBS (Urbanização de Curitiba). Assim que o cartão é identificado pelo sistema, o semáforo se programa para ficar aberto por 20 a 30% a mais do que o tempo normal.
Após a aprovação do sistema, a Prefeitura de Curitiba autorizou, em abril de 2015, a ampliação da tecnologia para mais de 120 semáforos em 31 pontos da cidade. Com a efetivação desses sistema o próprio cartão de gratuidade de transporte coletivo é usado para ativar o botão e aumentar de 12 para 18 segundos o tempo de travessia.
De acordo com o site oficial da Prefeitura de Curitiba, os equipamentos poderão atender as necessidades demais de 160 mil idosos e 13 mil portadores de deficiência que possuem atualmente um cartão de isento habilitado da Urbs. “As pessoas com deficiência e os idosos realmente precisam desse tempo maior nas travessias. É muito importante essa iniciativa da Prefeitura de Curitiba, pois estamos investindo na segurança de toda a população”, diz a secretária extraordinária dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Mirella Prosdocimo.
“A intenção da implantação do semáforo inteligente é reduzir as fatalidades no trânsito da capital paranaense, principalmente com idosos, as maiores vítimas de acidentes fatais com pedestres na cidade segundo levantamento do projeto Vida no Trânsito“, diz a secretária municipal de Trânsito, Luiza Simonelli. Segundo a secretária , com esta ação, Curitiba se prepara para atender com maior segurança o pedestre idoso que, segundo dados do IBGE, em 20 anos, terá sua população triplicada no Brasil.
Modelo similar ao de Singapura
Com uma expectativa de vida alta – 82 anos para homens e 87 para mulheres – Singapura, já utiliza um sistema similar ao de Curitiba desde 2009. O sistema Green Man Plus também é acionado por um cartão especial que estende automaticamente o tempo de travessia por mais 13 segundos. A previsão é que até o final de 2015, mais de 500 cruzamentos de Cingapura suportem o sistema. Para ler mais sobre o sistema Green Man Plus, acesse aqui.