Preconceito, tabus e a publicidade

16/09/2014

 

“Jack diz que meninos não choram, não usam maquiagem nem asas de fadas (…)”, diz o garotinho enquanto brinca de vários personagens, reproduzindo o que os colegas lhe dizem. E conclui: “meu pai diz que eu devo andar nos meus próprios sapatos” (uma metáfora para estar livre para fazer suas próprias escolhas). Lançado na semana passada, o comercial My Father’s Shoes da marca de calçados  inglesa Barker Shoes aborda a questão da sexualidade e dos tabus de uma forma delicada e sutil.

Bem diferente da proposta criativa do comercial feito pela Fuel para o Festival Queer Lisboa, que reúne produções com a temática LGTB. Aqui, de forma mais direta, embora bem humorada, o filme mostra a dificuldade que é assumir a própria sexualidade (e as diferenças). Até mesmo para os muito próximos como a própria família.

Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Somar e a agência J.W. Thompson divulgado no jornal do Meio&Mensagem indica que personagens homossexuais na publicidade ainda causam incômodo aos brasileiros.  De acordo a agência, mesmo quem sinaliza com a visão mais liberal contraditoriamente acredita que as outras pessoas se incomodariam (75%) ou que marcas que mostram casais do mesmo sexo só querem se promover (52%).  Foram ouvidos 500 pessoas maiores de 18 anos, das classes A, B e C, de todo o Brasil, entre os dias 2 e 7 de julho. Confira no quadro abaixo, tirado do Meio&Mensagem, as principais respostas da pesquisa:

quadro homossexualidade propaganda