Durante quatro dias antes do Natal, a cidade russa de Novgorod veiculou uma inusitada campanha de trânsito, colocando manequins “atravessando” outdoors com um volante na mão. O texto do alerta contra a fatal mistura de álcool e direção conseguiu ser ainda mais contudente: poderia ser seu corpo. Na Rússia, em 2010, acidentes de trânsito causaram a morte de 26.567 pessoas, sendo que 1.954 foram causadas por motoristas alcoolizados.
Não só pelos efeitos no trânsito o consumo de álcool vem preocupando autoridades de saúde do mundo todo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o abuso de álcool mata 2,5 milhões de pessoas por ano, mais do que a Aids, a tuberculose ou a violência. Cerca de 4% de todas as mortes registradas estão relacionadas ao álcool – a maioria delas provocada por câncer, doenças cardiovasculares e cirrose. Em todo o mundo, 320 mil jovens com idade entre 15 e 29 anos morrem anualmente em decorrência do consumo abusivo de álcool. O número equivale a 9% do total de óbitos registrados na faixa etária.
O consumo no Brasil é alto: enquanto no mundo a média anual de consumo de bebida é de 6,1 litros de álcool puro por pessoa, por aqui ela é de 10 litros, quase 50% a mais. Os índices do Brasil são grandes também se comparados ao resto da América Latina, cuja média é de 8 litros porpessoa por ano. A OMS defende a elevação dos impostos sobre as bebidas alcoólicas, punição rigorosa para o desrespeito às leis de trânsito e à idade mínima para o consumo, além a limitações para a publicidade e patrocínio de eventos pelos fabricantes. Com informações do CCSP, Agência Brasil, Copyranter e Adme.