A mídia brasileira costuma falar de si mesma de forma seletiva, deixando de lado temas delicados, porém de central relevância para o desenvolvimento da democracia. A regulação e a concentração de propriedade dos meios de radiodifusão e as relações com a política e o poder são alguns exemplos de questões abordadas de forma parcial. Estas são algumas das conclusões da pesquisa inédita Mídia e Políticas Públicas de Comunicação, realizada pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância, em parceria com a Fundação Ford. O estudo, que foi divulgado hoje, investiga como a mídia aborda os temas inerentes ao universo dos meios de comunicação.
A pesquisa fez a análise quantitativa e qualitativa de 1.184 textos jornalísticos – reportagens, artigos, colunas, editoriais e entrevistas – publicados entre 2003 e 2005 em 53 jornais de todos os estados e quatro revistas de circulação nacional. Temas como as relações da mídia com a política foram abordados em apenas 4,6% dos textos analisados. A relação mídia e a democracia 1,8% e com o poder 0,3%. O direito de resposta a indivíduos e instituições prejudicados por equívocos da mídia representaram 0,1% dos textos. A íntegra do estudo pode ser obtida no site da ANDI .
Por Karla Mendes
