Musica da mente

22/08/2017

Tudo o que Rosemary Johnson já sonhou foi tornar-se um violinista profissional. Mas, em 1988, no auge da carreira, Rosie sofreu um acidente de carro. A lesão no crânio foi devastadora, roubando-lhe fala e movimento. Agora, 29 depois, ela voltou a fazer música novamente, usando apenas o poder de sua mente.

Embora Rosie tenha sido forçada a aceitar o fato de que sua carreira como música acabou, nunca abandonou a esperança de que um dia ela pudesse mais uma vez pudesse tocar violino. A mágica aconteceu graças a um extraordinário projeto de dez anos liderado pela Universidade de Plymouth e pelo Hospital Real de Neuro-deficiência em Londres.

O cérebro de Rosie foi conectado a um computador usando o software Brain Computer Music Interfacing. Com uma combinação de pensamento e controle de retina, ela é capaz de selecionar notas e frases  musicais para serem tocadas e alterar uma composição, pois é realizada por músicos ao vivo. Ela usa uma tampa EEG fornecida com eletrodos que podem ler impulsos elétricos de seu cérebro. As instruções “passadas”pelo cérebro de Rosie são enviadas instantaneamente para um membro do quarteto de cordas que visualiza as frases musicais em uma tela. Rosie pode concentrar seus pensamentos para afetar a intensidade, timbre e tempo da peça.

Não há dúvida de que o projeto tem sido emocionantemente gratificante para todos aqueles que estiveram envolvidos. O professor Eduardo Miranda, o homem na vanguarda do projeto, descreve sua experiência: “A primeira vez que tentamos com Rosemary estávamos lágrimas. Podemos sentir a alegria decorrente dela ao poder fazer música “.

“Quando conheci Rosie pela primeira vez, algo estalou. É muito interessante trabalhar com ela. Por ser uma música classicamente treinada, não tenho que fazer muitas perguntas, através da tecnologia que estamos trabalhando quase instantaneamente em um domínio de comunicação musical. Trabalhar com ela está nos ajudando a desenvolver e moldar essa tecnologia. É uma mistura maravilhosa de ciência e criatividade “, conta o professor Miranda no release divulgado para a imprensa.

A tecnologia inovadora está em sua infância relativa. À medida que se desenvolve, poderia fornecer os meios para que todos os tipos de pacientes com mobilidade limitada possam expressar como se sentem, memo sem a capacidade de se mover ou se comunicar com as palavras.

Para Rosemary, isso é mais do que terapia. A música é sua maior motivação. Ele ocupa cada pensamento de sua vida agora, assim como fez em 1988. Brain Computer Music Interfacing abriu novas possibilidades para se expressar criativamente e fazer conexões que não eram possíveis antes. A história de Rosemary e Eduardo é de amizade, inovação e o brilho da mente humana. Mas acima de tudo, trata-se do poder do espírito humano. Em 2017, Rosemary deve receberá um MBE em reconhecimento de seus serviços à música -o MBE é um prêmio dado pela Rainha a um indivíduo por um serviço excepcional para a comunidade.

Human Made

A história real de Rosemary, contada em filme e na internet, faz parte da campanha Human Made da Volvo criada pela Valenstein & Fatt. “O objetivo principal desses filmes é transmitir a filosofia da Volvo de que são humanos e comportamentos humanos que dirigem o mundo para a frente – e não carros”, diz o diretor criativo da agência britânica, Andy Lockley. “O foco não é o carro, são as pessoas”.