A Organização Internacional do Trabalho, OIT, lançou na última terça-feira (20), a plataforma digital da #50forFreedom, que faz parte da campanha global criada pela nova/sb. A campanha pretende sensibilizar a população mundial e convencer 50 países membros a ratificar o Protocolo da Convenção do Trabalho Forçado até 2018. O documento inclui uma série de medidas para evitar trabalhos análogos à escravidão. Durante o lançamento foi exibido o filme da campanha com o ator Wagner Moura, que interpreta e conta a história real de Jomar, um brasileiro que começou a cortar cana ainda criança e que se tornou uma vítima de trabalho forçado. O filme e o roteiro adaptado foram feitos pela Netflix, a partir da ideia original da nova/sb.
Wagner Moura foi nomeado embaixador da causa contra a escravidão moderna em agosto deste ano. No evento de lançamento oficial da campanha,realizado em Londres, o ator se juntou à outros embaixadores e especialistas no assunto para participar de um painel de discussão sobre a importância da padronização internacional de políticas inovadoras para ajudar os trabalhadores que se encontram em situações vulneráveis de escravidão. De acordo com a OIT, o protocolo exige que os países garantam leis que protejam todos os trabalhadores e inspeções reforçadas nos locais de trabalho. Outros atores do também fizeram filmes para a #50forFreedom: a atriz Robin Wright, de House of Cards, e David Oyelowo, de filmes como Selma.
No lançamento da campanha 50 For Freedom, realizado durante a 104ª Conferência Mundial do Trabalho, entre os dias 1 e 13 de junho, a nova/sb realizou a ação The Blank Document. Após serem convidados a assinar um enorme painel em branco, os participantes da conferência – entre eles Kailash Satyarthi, Prêmio Nobel da Paz 2014 – foram surpreendidos no último dia do evento por um recado final: “Se assinar uma folha em branco foi tão simples, assinar uma boa causa deveria ser mais fácil ainda“. Além da ação The Blank Document – que ganhou o Grand Prix de Promo no Prêmio Colunistas DF de 2015 – a nova/sb tambêm foi reponsável pela criação da marca do 50 for Freedom. A marca também foi premiada no Colunistas e levou Ouro em Design.
A escravidão moderna
Na matéria sobre o lançamento da plataforma online da OIT, o jornal The Guardian publicou dados sobre uma pesquisa promovida pela Ethical Trading Initiative (ETI), em parceria com a Hult International Business School. O estudo mostra que existem atualmente mais de 21 milhões de vítimas de trabalho forçado em todo o mundo, que geram lucros ilegais de $150 bilhões de dólares. Este valor equivale aos lucros combinados das quatro empresas mais rentáveis do mundo. Ainda de acordo com a pesquisa, das 21 empresas britânicas nos setores de vestuário e alimentos, dois terços reconhecem o risco de existir trabalho forçado na sua cadeia de produção mas sentem receio denegrir suas reputações caso se mostrem abertos para discutir o assunto.
Houtan Homayounpour, responsável pelas operações do programa especial da OIT contra o trabalho forçado, acredita que o envolvimento da população mundial pode tornar o 50 for Freedom uma estratégia bem sucedido. “A população em geral pode colocar o movimento em prática. Ao longo da história vimos coisas que as pessoas achavam que não podiam ser eliminada e que foram – e a o trabalho forçado será um desses exemplos“, afirma otimista.
O The Guardian , em parceria com a Poppy Project, encontrou uma forma criativa de contar histórias reais de vítimas da escravidão. Através de uma animação gráfica, a organização conta a história de Abike, uma nigeriana traficada para o Reino Unido para exploração sexual. O produtor, Benjamin Dix explica que a animaçnao foi uma forma que mostrar o inimaginável para as pessoas.”A história de Abike é um dos mais arrepiantes e obscuros testemunhos que eu já ouvi. A forma gráfica nos mostra esse pesadelo, não apenas através de narrativas, mas atravvés de uma forma que possamos ver e sentir“, revela o cartunista do The Guardian, Joe Sacco.